O Estado de S. Paulo

Recomendaç­ões a Guedes

Entre propostas que devem ser levadas ao futuro ministro da Economia, está fim do chamado abono salarial

- Adriana Fernandes Idiana Tomazelli / BRASÍLIA

A equipe econômica de Michel Temer vai sugerir ao time de Paulo Guedes medidas para reduzir o déficit das contas públicas, desamarrar o Orçamento e evitar descumprim­ento da regra que impede dívidas para pagar despesas.

A equipe econômica do governo Michel Temer vai defender junto ao time ao futuro ministro da área, Paulo Guedes, a adoção de uma série de medidas para reduzir o déficit nas contas públicas, desamarrar o Orçamento e evitar o descumprim­ento da chamada “regra de ouro” das contas públicas, que impede o governo de fazer dívida para pagar despesas como salários.

Uma destas medidas é restringir ou até acabar com o chamado abono salarial, benefício para quem ganha até dois salários mínimos e que custará mais de R$ 19 bilhões no ano que vem.

As primeiras conversas oficiais sobre o tema entre os integrante­s do atual governo e o grupo que participa da transição estão marcadas para a próxima semana, mas conversas informais já estão em curso. Ontem, o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), disse em entrevista à Rede Vida que espera aprovar um “pacotão” de medidas logo no início do mandato.

O fim do abono, criado há 47 anos, chegou a ser discutido pela equipe do presidente Michel Temer, que acabou abandonand­o a proposta diante do elevado custo político, uma vez que seus beneficiár­ios são justamente a camada mais pobre da população. A equipe de Guedes já defendeu publicamen­te mudanças no benefício.

Além de medidas considerad­as mais estruturai­s, a equipe econômica avalia que os assessores de Bolsonaro devem pedir apoio ao Congresso para a aprovação da medida que adia o reajuste do salário dos servidores para 2020 (mais informaçõe­s nesta página). O texto precisa ser aprovado até 8 de fevereiro, mas na prática o ideal seria votar a MP ainda este ano.

Na lista também está o projeto de lei que altera a tributação dos fundos exclusivos, voltados para investidor­es de alta renda. Por se tratar de mudança no Imposto de Renda, ela precisa ser aprovada ainda em 2018 para que possa valer no ano que vem.

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