Pênaltis dominam queixas no Brasileirão
Levantamento do ‘Estado’ nas 310 partidas realizadas até o início da atual rodada do Nacional mostra que 57 das 141 reclamações foram por este motivo
Entre as 141 reclamações de clubes contra arbitragem em 310 jogos, 57 foram por causa de pênaltis. Internacional lidera movimento que pede VAR nas últimas rodadas.
A penalidade máxima é a maior dor de cabeça para a arbitragem neste Campeonato Brasileiro. Levantamento feito pelo Estado envolvendo os 310 jogos realizados até o início da 32.ª rodada mostra que a queixa por marcação ou não marcação de pênaltis é a mais recorrente dos clubes em relação aos homens do apito, à frente de impedimentos e cartões: foram 57 protestos por este motivo de um total de 141, o que significa dizer que houve chiadeira em 33% dos confrontos analisados.
O trabalho teve como base súmulas da CBF, informações sobre o andamento do jogo e entrevistas de jogadores, técnicos e dirigentes para quantificar as reclamações a respeito da arbitragem e quais os tipos de lances motivaram mais queixas.
As polêmicas de cada um desses confrontos foram tabuladas e separadas em diferentes categorias, como pênalti, toque de mão, impedimento, falta, expulsão e critério disciplinar (veja detalhes na arte ao lado).
A análise procurou registrar todas as reclamações dos 20 times, sem levar em consideração se a decisão do árbitro naquele momento foi a correta ou não. O trabalho teve foco diferente do levantamento feito recentemente pela CBF.
A entidade divulgou um relatório sobre erros cujo principal intuito era identificar falhas somente em gols e pênaltis. A CBF não detalhou os tipos de reclamações das equipes.
A rodada que motivou punição mais rigorosa da CBF foi a 27.ª, quando três trios de arbitragem acabaram “rebaixados” para a Série B do Campeonato Brasileiro ao se equivocarem em lances de penalidades máximas. Dewson Fernando Freitas da Silva errou no jogo entre Palmeiras e Cruzeiro, ao marcar pênalti em uma mão na bola do zagueiro palmeirense Gómez que foi fora da área. Lance parecido aconteceu no jogo entre Internacional e Vitória, quando Lucas Fernandes, do time baiano, pôs a mão na bola fora da área, mas Sávio Pereira Sampaio igualmente marcou penalidade, que D’Alessandro aproveitou. Já Caio Max Augusto Vieira apitava Santos x Atlético-PR e, nos minutos finais, viu pênalti em trombada de Dodô e Rony dentro da área santista. A penalidade deu a vitória ao Santos por 1 a 0 na Vila Belmiro.
“Eu não gosto da palavra punição. Eu risco do meu dicionário. Existe um trabalho de melhoria do árbitro. Isso é feito com os árbitros e com os assistentes”, disse, na ocasião, o chefe da arbitragem na CBF, Marcos Marinho.