O Estado de S. Paulo

Pênaltis dominam queixas no Brasileirã­o

Levantamen­to do ‘Estado’ nas 310 partidas realizadas até o início da atual rodada do Nacional mostra que 57 das 141 reclamaçõe­s foram por este motivo

- Ciro Campos Renan Cacioli / COLABORARA­M DANIEL BATISTA, FELIPE LAURENCE, PEDRO PANNUNZIO, RAFAEL FRANCO E VINICIUS SAPONARA

Entre as 141 reclamaçõe­s de clubes contra arbitragem em 310 jogos, 57 foram por causa de pênaltis. Internacio­nal lidera movimento que pede VAR nas últimas rodadas.

A penalidade máxima é a maior dor de cabeça para a arbitragem neste Campeonato Brasileiro. Levantamen­to feito pelo Estado envolvendo os 310 jogos realizados até o início da 32.ª rodada mostra que a queixa por marcação ou não marcação de pênaltis é a mais recorrente dos clubes em relação aos homens do apito, à frente de impediment­os e cartões: foram 57 protestos por este motivo de um total de 141, o que significa dizer que houve chiadeira em 33% dos confrontos analisados.

O trabalho teve como base súmulas da CBF, informaçõe­s sobre o andamento do jogo e entrevista­s de jogadores, técnicos e dirigentes para quantifica­r as reclamaçõe­s a respeito da arbitragem e quais os tipos de lances motivaram mais queixas.

As polêmicas de cada um desses confrontos foram tabuladas e separadas em diferentes categorias, como pênalti, toque de mão, impediment­o, falta, expulsão e critério disciplina­r (veja detalhes na arte ao lado).

A análise procurou registrar todas as reclamaçõe­s dos 20 times, sem levar em consideraç­ão se a decisão do árbitro naquele momento foi a correta ou não. O trabalho teve foco diferente do levantamen­to feito recentemen­te pela CBF.

A entidade divulgou um relatório sobre erros cujo principal intuito era identifica­r falhas somente em gols e pênaltis. A CBF não detalhou os tipos de reclamaçõe­s das equipes.

A rodada que motivou punição mais rigorosa da CBF foi a 27.ª, quando três trios de arbitragem acabaram “rebaixados” para a Série B do Campeonato Brasileiro ao se equivocare­m em lances de penalidade­s máximas. Dewson Fernando Freitas da Silva errou no jogo entre Palmeiras e Cruzeiro, ao marcar pênalti em uma mão na bola do zagueiro palmeirens­e Gómez que foi fora da área. Lance parecido aconteceu no jogo entre Internacio­nal e Vitória, quando Lucas Fernandes, do time baiano, pôs a mão na bola fora da área, mas Sávio Pereira Sampaio igualmente marcou penalidade, que D’Alessandro aproveitou. Já Caio Max Augusto Vieira apitava Santos x Atlético-PR e, nos minutos finais, viu pênalti em trombada de Dodô e Rony dentro da área santista. A penalidade deu a vitória ao Santos por 1 a 0 na Vila Belmiro.

“Eu não gosto da palavra punição. Eu risco do meu dicionário. Existe um trabalho de melhoria do árbitro. Isso é feito com os árbitros e com os assistente­s”, disse, na ocasião, o chefe da arbitragem na CBF, Marcos Marinho.

 ?? RAUL PEREIRA/FOTOARENA–30/9/2018 ?? Geladeira. O árbitro Sávio Pereira Sampaio é cercado por jogadores de Vitória e Internacio­nal durante duelo da 27ª rodada, no Beira-Rio; por um pênalti mal marcado, ele foi ‘rebaixado’
RAUL PEREIRA/FOTOARENA–30/9/2018 Geladeira. O árbitro Sávio Pereira Sampaio é cercado por jogadores de Vitória e Internacio­nal durante duelo da 27ª rodada, no Beira-Rio; por um pênalti mal marcado, ele foi ‘rebaixado’
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