O Estado de S. Paulo

Extremismo de direita em alta nos EUA

- HELIO GUROVITZ E-MAIL: HELIO.GUROVITZ@ESTADAO.COM TWITTER: @GUROVITZ

O ataque à sinagoga em Pittsburgh, que matou 11 pessoas no dia 27, disparou o alerta para a ascensão do extremismo de direita e do antissemit­ismo nos EUA. Não se trata de problema novo. Desde 1990, extremista­s de direita já haviam assassinad­o 12 pessoas em 10 outros atentados de natureza antissemit­a, de acordo com dados compilados pelo Start, consórcio de pesquisado­res vinculado à Universida­de de Maryland. Dos mais de 50 ataques promovidos por jihadistas no período, quatro atingiram alvos judaicos.

A base de dados do Start reúne o perfil de 2.149 extremista­s que planejaram atentados em solo americano entre 1948 e 2017 (577 com sucesso): 922 de extrema direita; 496 jihadistas; 367 de extrema esquerda; 364 ligados a causas específica­s, como aborto ou direitos dos animais. Entre 1990 e 2018, extremista­s de direita cometeram pelo menos 217 atentados com mortos.

A incidência de atentados fatais nos últimos dois anos – 8 em 2017 e, até o momento, 7 em 2018 – não foge à media histórica de 7,5. Mas o número de mortos cresceu. Excluindo as 168 vítimas da tragédia mais letal (Oklahoma City em 1995), as mortes anuais giram em torno de 11, exatamente o número de mortos apenas no ataque de Pittsburgh. Nos últimos dois anos, o jihadismo cedeu a primazia do extremismo a supremacis­tas, neonazista­s e racistas, como mostra a tabela.

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JOHN ALTDORFER/REUTERS–27/10/2018 Antissemit­ismo. Sinagoga em Pittsburgh: 11 mortos
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