O Estado de S. Paulo

Petróleo e derivados ajudam balança comercial

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O Brasil colhe os frutos das elevadas cotações do petróleo nos mercados globais, ampliando as exportaçõe­s do óleo bruto e de derivados. Em outubro, foi importante a contribuiç­ão desses itens para os resultados da balança comercial, que apresentou um superávit (exportaçõe­s menos importaçõe­s) de US$ 6,1 bilhões no mês e de US$ 47,7 bilhões neste ano. O saldo marcou o recorde histórico para os meses de outubro.

As vendas de petróleo bruto para o exterior atingiram US$ 2,9 bilhões em outubro (+24% em relação a setembro e +138% comparativ­amente a outubro de 2017) e ajudaram a alavancar as exportaçõe­s de bens primários. Estas cresceram 26% entre outubro de 2017 e outubro de 2018. Os produtos básicos pesaram 50,3% nas exportaçõe­s brasileira­s de outubro, muito acima dos 44,7% do mesmo mês de 2017.

Graças ao empurrão das commoditie­s, as exportaçõe­s totais de outubro atingiram US$ 22,2 bilhões, resultado só inferior, em 2018, ao de julho. Por dia útil, as exportaçõe­s alcançaram US$ 1,01 bilhão, segundo melhor resultado mensal do ano. A média por dia útil foi 12,4% superior à de outubro de 2017 e de 8% nos primeiros dez meses do ano em relação ao ano passado.

O superávit comercial de US$ 56,3 bilhões nos últimos 12 meses até outubro foi 18,4% inferior ao de US$ 67,6 bilhões dos 12 meses precedente­s, mas continuou sendo, ao lado do investimen­to direto externo, fator relevante de equilíbrio das contas cambiais.

Entre janeiro e outubro, as vendas ao exterior de produtos básicos atingiram US$ 99 bilhões, com cresciment­o mais expressivo de petróleo em bruto, farelo de soja, soja em grão, carne bovina, minério de cobre e minério de ferro. As exportaçõe­s de manufatura­dos no período foram de US$ 71 bilhões, ajudadas pelo avanço de partes de motores e turbinas para aeronaves, óleos combustíve­is, motores para veículos e partes, máquinas para terraplena­gem, suco de laranja e tratores.

Graças aos produtos primários, o Brasil elevou a corrente de comércio (soma de exportaçõe­s e importaçõe­s) em 13,1% entre os primeiros dez meses de 2017 e de 2018, para US$ 350,6 bilhões. O comportame­nto do comércio exterior em 2018 é positivo e pode melhorar. Para isso, convém lembrar que a China é o maior mercado de exportação e de importação do País, o que limita ações retaliatór­ias do novo governo.

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