Economia e imigração impulsionam republicanos em reta final de eleição
Decisão. Partido Democrata é favorito para obter maioria na Câmara dos deputados em votação de meio de mandato, amanhã, mas pesquisas indicam que diferença para partido Republicano caiu após esforços de Donald Trump em convencer sua base a participar
Nas cruciais eleições de meio de mandato que acontecem amanhã nos Estados Unidos, os democratas mantém sua vantagem na batalha pela Câmara dos deputados, mas os republicanos podem ser impulsionados pelas avaliações cada vez mais positivas da economia e pelo foco inflexível do presidente Donald Trump em temas como imigração e segurança nas fronteiras.
Os americanos renovarão todos os 435 deputados e 35 dos 100 senadores. Pesquisas realizadas pelo jornal Washington Post-ABC News indica que os eleitores preferem os candidatos democratas frente aos republicanos por uma porcentagem de 50% a 43%. Mas a vantagem democrata caiu de 14 pontos porcentuais em agosto, para 11 em setembro e sete em novembro.
Não existe uma maneira de traduzir esses dados nacionais para a disputa distrito por distrito, que no final vai decidir quem controlará a Câmara em janeiro. Os democratas precisam ganhar 23 assentos para conseguirem retomar o controle da Câmara. Pesquisas sobre disputas individuais realizadas pelos próprios candidatos mostram as disputas dentro da margem de erro.
Todas as eleições de meio de mandato constituem um referendo sobre o presidente no cargo, e Trump fez questão de transformar esta eleição ainda mais em uma avaliação do seu mandato. Mas as eleições também costumam refletir as opiniões dos eleitores no tocante à economia, e a de terça-feira será um teste da tensão existente entre as percepções sobre o presidente e sobre a economia. Raramente foi tão grande a defasagem entre a visão da economia e a de um presidente.
O índice de aprovação de Trump entre os adultos está em 40%. Os que o desaprovam representam 53%. A pesquisa realizada pelo Post-ABC News registra as opiniões mais otimistas sobre a economia em quase duas décadas, com 65% de todos os americanos qualificando a situação econômica como boa ou excelente, e 34% oferecendo uma avaliação negativa. A última vez que o otimismo chegou a nível tão alto foi em 2001.
Mais de oito em cada 10 adultos afirmam estar numa situação financeira igual à que estavam antes de Trump se tornar presidente. Para apenas 13% a situação financeira não vai tão bem, índice mais baixo em 18 anos.
Os que avaliam positivamente a economia apoiam os republicanos para a Câmara numa proporção de 54% a 40%, e por isso os candidatos do partido têm procurado dar ênfase à economia em suas campanhas.
Já Trump tem martelado no assunto da imigração. Alertou para as ameaças ao país de uma caravana de centro-americanos que está no sul do México e se dirige para o norte e, em resposta, ordenou a mobilização de tropas federais.
O foco do presidente na imigração parece ter intensificado a importância do assunto na cabeça dos eleitores do seu partido. O índice de republicanos afirmando que a imigração “é um dos assuntos mais importantes” no seu voto cresceu de 14% para 21%. No campo democrata, a proporção de eleitores que consideram a imigração a questão principal caiu de 23% para 11%.
Os que classificam a imigração como um tema dos mais importantes nesta eleição preferem mais os republicanos frente aos democratas. Para os que afirmam que a segurança das fronteiras é uma das suas principais preocupações, os republicanos batem os democratas por 42 pontos porcentuais na eleição para a Câmara.
Esses grupos que respaldam os republicanos na questão imigratória abrangem homens brancos sem grau universitário, eleitores com mais de 65 anos de idade e aqueles que vivem em áreas rurais – todos elementos básicos da coalizão que elegeu o presidente há dois anos. É esse grupo que pode decidir ir às urnas na terça-feira para manter os republicanos na Câmara.