O Estado de S. Paulo

São Paulo empata, e Nenê vai embora do estádio contrariad­o

Time fica duas vezes à frente do Flamengo, mas não segura vantagem no placar; camisa 10 ficou no banco o tempo todo

- Renan Cacioli

O São Paulo acorda hoje com duas dores de cabeça provocadas pelo empate por 2 a 2 com o Flamengo, ontem à tarde, no Morumbi: a frustração por ter ficado duas vezes em vantagem no placar, mas não conseguir segurar a vitória, e a insatisfaç­ão de Nenê, que não saiu do banco durante o jogo todo e foi embora do estádio rapidament­e, bem antes dos demais atletas.

Instantes após o apito final, o camisa 10 passou pela zona mista de cara amarrada, ainda com o uniforme do jogo e um agasalho por cima. Deixou o local sem falar com os jornalista­s.

Questionad­o posteriorm­ente a respeito do episódio, o técnico Diego Aguirre procurou minimizá-lo: “O Nenê, não aconteceu nada. Saiu rápido, mas é normal, todos os jogadores querem jogar. Ele, também. Os jogadores são muito competitiv­os, é normal querer estar dentro de campo. Não tenho mais nada para falar disso”, disse.

Vale lembrar que não foi a primeira manifestaç­ão do tipo por parte do jogador. No primeiro turno, durante a vitória sobre o Cruzeiro no Mineirão por 2 a 0, Nenê não gostou de ser substituíd­o, fechou a cara ao notar que seria o escolhido a sair de campo e continuou reclamando enquanto se sentava no banco de reservas. Na ocasião, Aguirre afirmou que tomava as decisões que julgava serem as melhores para o time.

O meia Diego Souza também colocou panos quentes na história: “Creio que a questão de ter saído rápido é porque amanhã (hoje) é dia de folga, todos têm seus compromiss­os. Claro que queremos ver o Nenê bem, é um cara com muita qualidade. A gente quer ele feliz porque sabe que ele pode ajudar bastante”, comentou o camisa 9, autor do primeiro gol do confronto, e que também acabou provocando polêmica. Isso porque na comemoraçã­o, ele bateu continênci­a e fez um gesto com as mãos imitando uma arma, em claro apoio ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Depois, admitiu a manifestaç­ão política: “Cada um tem a sua opinião em termos de política. Espero que respeitem a minha”.

Empate justo. Apesar de o time ter ficado em vantagem no placar duas vezes, com gols de Diego Souza e do garoto Helinho, de apenas 18 anos, que fez sua estreia entre os profission­ais, Aguirre considerou o empate o resultado mais correto.

“O empate não é bom para nenhum dos dois. Mas também acho justo pelo que vi do jogo, houve momentos de São Paulo e Flamengo. Depois do nosso segundo gol, foi nosso melhor momento, perdemos a oportunida­de de fazer o terceiro gol. E depois no final o Flamengo foi melhor, empatou e teve chance de fazer outro. Não gosto de empatar em casa porque ficamos mais longe da primeira posição, mas temos de aceitar”, disse.

O Flamengo chegou à igualdade com gols de Uribe e Rodinei, mas também não comemorou o placar, já que agora se encontra a seis pontos de distância para o líder Palmeiras, que tem 66.

“Uma pena, mas estamos buscando. Nada definido. Não dá para baixar a nossa guarda, entregar os pontos. A equipe tem se mostrado vibrante, aguerrida”, afirmou o técnico flamenguis­ta Dorival Júnior. Já o São Paulo permanece em quarto, com 57. O próximo jogo será no sábado, contra o Corinthian­s.

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ALEX SILVA/ESTADÃO Helinho. Garoto de 18 anos comemora o segundo gol; foi a estreia dele no profission­al

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