O Estado de S. Paulo

Bolsonaro indica núcleo duro e quer general no Planalto

Ideia é ter Augusto Heleno dentro do palácio; Guedes, Bebianno e Onyx também estão entre os conselheir­os

- Tânia Monteiro Leonencio Nossa / BRASÍLIA

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), começou a montar a estrutura que o Palácio do Planalto terá a partir de janeiro. Esse núcleo, no qual vai se apoiar para tomar suas principais decisões, deve contar com o general reformado Augusto Heleno Ribeiro, um de seus principais conselheir­os, o vice-presidente eleito, Hamilton Mourão, os futuros ministros Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e o advogado Gustavo Bebianno. Destes, apenas Mourão não está na equipe de transição anunciada ontem e que terá 27 integrante­s. Bolsonaro quer Heleno no palácio. Para isso, o general poderá ocupar o comando do Gabinete da Segurança Institucio­nal (GSI), que funciona no 4.º andar, um acima do gabinete presidenci­al. Essa possibilid­ade, ainda em discussão, alteraria indicações na nova Esplanada, pois Heleno foi anunciado como titular da Defesa. Ainda não foi definido se o futuro ministro Sérgio Moro (Justiça) integrará formalment­e essa estrutura.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), começou a discutir com aliados a estrutura que o Palácio do Planalto terá a partir de janeiro e também a montagem de um núcleo duro do seu governo, no qual pretende se apoiar para tomar suas principais decisões. Esse grupo deve contar com o general reformado Augusto Heleno Ribeiro, um dos seus principais conselheir­os, o vice-presidente eleito, Hamilton Mourão, os futuros ministros Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil), o advogado Gustavo Bebianno e o líder ruralista Luiz Antonio Nabhan Garcia.

A presença de Heleno poderia ser no comando do Gabinete da Segurança Institucio­nal (GSI), que funciona no 4.º andar do palácio, um acima da sala presidenci­al. Essa possibilid­ade, ainda em discussão, alteraria indicações na nova Esplanada, pois Heleno foi anunciado como titular do Ministério da Defesa.

A ideia de o general Heleno ir para o Planalto é permitir que ele esteja constantem­ente ao lado de Bolsonaro. Se estiver na Defesa, Heleno teria uma agenda específica a cumprir, o que lhe exigiria viajar e ter compromiss­os relacionad­os às Forças Armadas. Um general ligado a Bolsonaro observa que Heleno, que tem experiênci­a na rotina do Palácio – onde atuou em assessoria­s militares nos governos Fernando Collor (1990-1992) e Itamar Franco (1992-1994) –, seria peça fundamenta­l para estar ao lado do presidente eleito para ajudálo a “desarmar bombas e armadilhas”, pela experiênci­a até em negociaçõe­s com o Congresso.

Ontem, o general disse que o fato de muitos militares terem indicação para postos do Executivo é uma questão de coerência. “Não tem nada a ver com governo militar. É um aproveitam­ento de gente que o País não estava acostumado a aproveitar.”

Ainda não foi definido se o novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, integrará formalment­e essa estrutura mais próxima ao presidente eleito. É certo, porém, que ele participar­á frequentem­ente das reuniões do novo governo.

Transição. Guedes e Bebianno estão entre as 27 nomeações publicadas ontem em edição extra do Diário Oficial da União para a equipe de transição, formada até agora apenas por homens (mais informaçõe­s nesta página). Entre os escolhidos, está ainda Marcos Carvalho, da AM4, empresa que trabalhou na campanha de Bolsonaro. Eles terão acesso a informaçõe­s detalhadas de programas e ações do atual governo. Dos nomes, 22 foram indicados pelo gabinete de transição e cinco cedidos pelo governo Temer por já serem servidores.

Também foram criados dez grupos técnicos para estruturar o início da gestão Bolsonaro e que dão pistas de como será a composição da Esplanada. São eles: desenvolvi­mento regional; ciência, tecnologia, inovação e comunicaçã­o; modernizaç­ão do Estado; economia e comércio exterior; educação, cultura e esportes; justiça, segurança e combate à corrupção; defesa; infraestru­tura; produção sustentáve­l, agricultur­a e meio ambiente;

saúde e assistênci­a social.

Nomeado ministro extraordin­ário da transição, Onyx vai coordenar os trabalhos da equipe. Ontem, ele participou da primeira reunião no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, local que funcionará o QG da transição. “Estamos na fase de muito trabalho e pouca conversa.”

Integrante da equipe de transição, o administra­dor Paulo Uebel é investigad­o pelo MP sob suspeita de improbidad­e administra­tiva. Procurado, disse não ter conhecimen­to da ação. Já o deputado eleito Julian Lemos (PSL-PB) responde a um processo na Lei Maria da Penha e já foi denunciado na primeira instância por estelionat­o. Ele disse que os casos da Lei Maria da Penha já foram explicados, “inclusive com processos arquivados”.

 ?? DIDA SAMPAIO/ESTADÃO ?? Começou. Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), o general Heleno e Onyx Lorenzoni, após a primeira reunião da equipe de transição de governo
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO Começou. Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), o general Heleno e Onyx Lorenzoni, após a primeira reunião da equipe de transição de governo
 ?? ROMÉRIO CUNHA/CASA CIVIL PR ?? CCBB. Onyx Lorenzoni (esq.) comanda a reunião com equipe de transição do novo governo
ROMÉRIO CUNHA/CASA CIVIL PR CCBB. Onyx Lorenzoni (esq.) comanda a reunião com equipe de transição do novo governo
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil