O Estado de S. Paulo

Difícil é o ‘mea culpa’

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E prosseguem os trabalhos da dita “resistênci­a” que o PT e seus puxadinhos prometem fazer aos vitoriosos do último pleito presidenci­al. No vale-tudo a que, tudo indica, se estão propondo, o PT está explorando a anunciada ida de Sergio Moro para o que estão chamando de Superminis-

tério da Justiça. A acusação é de que o juiz, movido por desmedida ambição, teria sido “parcial” no julgamento de Lula e condenado o réu com o deliberado propósito de tirá-lo da corrida presidenci­al. “Ao aceitar o convite (...) Moro revelou sua parcialida­de como juiz (...) a máscara caiu”, diz nota do PT, aliás, corroborad­a por Dilma Rousseff, que repetiu o surrado clichê de que Lula teria sido condenado “sem provas”. Ora, tal imputação não resiste a um sopro. Afinal, aquele julgamento louvouse em caminhões de provas de todos os tipos: periciais, testemunha­is, documentai­s, etc. E a sentença de primeiro grau terminou sendo até generosa com o cacique petista, já que Moro o condenou a “apenas” nove anos de reclusão. A apelação interposta pela defesa e julgada pelo Tribunal Federal da 4.ª Região (TRF-4) não apenas confirmou a decisão – e por votação unânime, diga-se –, como elevou a pena a 12 anos e um mês. Acusar os outros – aliás, sem provas – é fácil, difícil para o PT é fazer um bom e honesto mea culpa sobre os incontávei­s “malfeitos” que o fizeram varrido nos principais colégios eleitorais do País.

SILVIO NATAL silvionata­l49@gmail.com São Paulo

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