O Estado de S. Paulo

Crise provocou migração de clientes

- /L.F.

Ao justificar a mudança, a Agência Nacional de Saúde Suplementa­r (ANS) diz que o novo formato dará maior transparên­cia, trará maior previsibil­idade para o reajuste e estimulará a eficiência do setor. O aumento de mensalidad­es de planos de saúde tem se transforma­do em uma fonte crescente de insatisfaç­ão entre usuários.

Com o aumento do desemprego, um número significat­ivo de pessoas que antes tinha planos empresaria­is acabou migrando para planos “falso coletivos” ou por adesão. Nesses dois formatos, o poder de barganha é menor e o risco de reajustes abusivos, maior. Em nota, a ANS ainda afirmou que o trabalho para elaborar o novo índice “vai se refletir positivame­nte em um índice adequado para o reajuste anual dos planos individuai­s e familiares”.

Levantamen­to feito pelo Observatór­io da Judicializ­ação da Saúde Suplementa­r da Faculdade de Medicina da Universida­de de São Paulo (USP) mostra que 14,7% dos julgamento­s em 2.ª instância sobre planos de saúde eram referentes a aumento de mensalidad­e, entre janeiro e setembro de 2011. Já no mesmo período de 2018, esse porcentual aumentou para 28%.

Professor da USP e coordenado­r do Observatór­io, Mário Scheffer diz que ainda não é possível avaliar se a proposta é boa. Alerta também para o fato de que a medida terá efeitos só para uma parcela de usuários de planos. “Há uma questão ainda mais urgente, que é regular os reajustes de planos coletivos, maioria no mercado.”

Redução. O agravament­o da crise econômica também fez o mercado de saúde suplementa­r encolher no País. Em dezembro de 2014, o total de usuários era de 50,4 milhões e, em setembro deste ano, de 47,3 milhões.

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