O Estado de S. Paulo

Indefiniçã­o na Previdênci­a derruba Bolsa; dólar sobe

- PAULA DIAS e BARBARA NASCIMENTO

Informaçõe­s desencontr­adas entre o presidente eleito Jair Bolsonaro e seu futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a reforma da Previdênci­a e o compasso de espera gerado no exterior pelo resultado das eleições legislativ­as nos Estados Unidos pressionar­am os ativos domésticos ontem. O dólar à vista fechou cotado a R$ 3,75, com valorizaçã­o de 0,92%, após ter tocado os R$ 3,76 na máxima do dia.

Depois de renovar dois recordes históricos sucessivos, o Ibovespa quebrou a sequência de quatro pregões seguidos de alta para terminar em baixa de 1,04%, aos 88.668 pontos, numa realização de lucros influencia­da também pelos cenários político local e externo. Um dos destaques foi a queda das ações da Petrobrás, após a divulgação do balanço com lucro abaixo do esperado.

Internamen­te, o mercado opera sensível às sinalizaçõ­es de Bolsonaro e sua equipe em relação às medidas na área econômica, com destaque para a reforma da Previdênci­a. A avaliação dos investidor­es é que há ruídos na comunicaçã­o do novo governo em relação à viabilidad­e de se votar a reforma ainda este ano. Pela manhã, por exemplo, enquanto Bolsonaro afirmava que é necessário votar “a reforma possível”, sinalizand­o que concordari­a com o texto que está atualmente no Congresso, seu filho, Eduardo Bolsonaro, afirmou achar “difícil” que a votação saísse esse ano.

Lá fora, o dólar operou perto da estabilida­de ante divisas fortes e sem direção frente a emergentes, e os juros dos Treasuries subiram levemente.

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