Indefinição na Previdência derruba Bolsa; dólar sobe
Informações desencontradas entre o presidente eleito Jair Bolsonaro e seu futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a reforma da Previdência e o compasso de espera gerado no exterior pelo resultado das eleições legislativas nos Estados Unidos pressionaram os ativos domésticos ontem. O dólar à vista fechou cotado a R$ 3,75, com valorização de 0,92%, após ter tocado os R$ 3,76 na máxima do dia.
Depois de renovar dois recordes históricos sucessivos, o Ibovespa quebrou a sequência de quatro pregões seguidos de alta para terminar em baixa de 1,04%, aos 88.668 pontos, numa realização de lucros influenciada também pelos cenários político local e externo. Um dos destaques foi a queda das ações da Petrobrás, após a divulgação do balanço com lucro abaixo do esperado.
Internamente, o mercado opera sensível às sinalizações de Bolsonaro e sua equipe em relação às medidas na área econômica, com destaque para a reforma da Previdência. A avaliação dos investidores é que há ruídos na comunicação do novo governo em relação à viabilidade de se votar a reforma ainda este ano. Pela manhã, por exemplo, enquanto Bolsonaro afirmava que é necessário votar “a reforma possível”, sinalizando que concordaria com o texto que está atualmente no Congresso, seu filho, Eduardo Bolsonaro, afirmou achar “difícil” que a votação saísse esse ano.
Lá fora, o dólar operou perto da estabilidade ante divisas fortes e sem direção frente a emergentes, e os juros dos Treasuries subiram levemente.