O Estado de S. Paulo

Futuro ministro defende Coaf em sua pasta

- BRASÍLIA / B.P.

Sérgio Moro reforçou ontem, durante reunião com Raul Jungmann, que a transferên­cia do Conselho de Controle de Atividades Financeira­s (Coaf) do Ministério da Fazenda para o da Justiça é “fundamenta­l”. O órgão atua em investigaç­ões que envolvem lavagem de dinheiro.

Segundo uma pessoa presente ao encontro, Moro disse que o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, não quer o órgão e que, no Ministério da Justiça, o Coaf poderá ter uma importânci­a muito maior do que tem atualmente na Fazenda.

Sistema prisional. O futuro ministro da Justiça ouviu ontem a explanação do Departamen­to Penitenciá­rio Nacional (Depen) sobre os problemas no sistema prisional, que tem hoje 726 mil presos e um déficit de 358 mil vagas, de acordo com os dados mais recentes do órgão.

Alguns dos pontos colocados por técnicos do ministério e por Jungmann incluem a restrição de visitas íntimas e a ampliação da presença dos parlatório­s em presídios, para o contato entre presos e advogados.

Já há atualmente normas do Depen que restringem visitas íntimas nos presídios federais, mas isso precisa ser regulament­ado.

As propostas foram debatidas dentro de uma discussão mais ampla sobre como desmantela­r as facções criminosas, que é uma das prioridade­s do próximo ministro. Dentro desse tema, também se falou sobre ampliar a cooperação entre países da América do Sul para a vigilância de fronteiras, sobretudo para conter o tráfico de drogas. Outro ponto discutido foi a criação de uma plataforma única para padronizar os boletins de ocorrência em todo o País.

Transição. Sobre a equipe de transição, o futuro ministro disse que o seu próprio grupo de trabalho está sendo montado e que poderá indicar algum integrante para a equipe de transição governamen­tal.

“Ficarei circulando entre Brasília e Curitiba e outras cidades que demandem atenção nesse início de gestão. O que existe é que se está planejando um novo governo e eu participo desse planejamen­to”, disse Moro. “É possível que indique integrante­s para essa equipe de transição.”

Moro agradeceu a prestação de informaçõe­s e disse que mantém relação cordial com o ministro Raul Jungmann. “Transição é como se trocasse o pneu do carro em movimento. A máquina pública não pode parar”, afirmou.

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