O Estado de S. Paulo

Metrô vai tirar esteiras rolantes da Consolação

Superlotad­a, conexão das linhas Verde e Amarela muda a partir da próxima semana

- Bruno Ribeiro

O Metrô de São Paulo decidiu retirar três dos quatro conjuntos de esteiras rolantes da ligação entre as estações Paulista, da Linha 4-Amarela, e Consolação, da Linha 2-Verde, em uma operação que deve interditar parte do túnel no próximo feriado, no dia 15. A previsão é concluir a obra até o feriado seguinte, no dia 20. A medida será por questões de segurança e para dar maior fluidez ao túnel, tido como superlotad­o desde que a conexão entrou em operação comercial, há seis anos.

Das seis esteiras atuais, quatro serão retiradas, deixando no lugar rampas comuns. As esteiras, localizada­s próximas às plataforma­s da Estação Consolação, traziam muitos usuários para perto dos locais em que os passageiro­s esperam os trens.

A lotação do túnel foi detectada desde que a operação comercial foi aberta, em 2012. A companhia sempre alegou que o aparente subdimensi­onamento do túnel era decorrente da falta de novas conexões da rede, em especial a Linha 5-Lilás, que ficou em obras todos esses anos.

Para evitar empurrões, ou mesmo o risco de que alguém caia nos trilhos, o Metrô já vinha adotando uma série de ações preventiva­s, como a instalação de grades e, nos horários de pico, desligando uma das esteiras, para reduzir a velocidade com que passageiro­s desembocas­sem na plataforma.

Agora, sem as esteiras, no túnel comum, as pessoas andarão em um fluxo contínuo (sem precisar sair de uma esteira e entrar na seguinte), o que promete maior fluidez. Além disso, há expectativ­a de haver mais espaço para as pessoas, por causa da retirada das estruturas. As medições da empresa apontam que, hoje, gasta-se uma média de 500 segundos (pouco mais de oito minutos) para se cruzar a ligação nos horários de pico. As projeções são de que, com a mudança, será de 300 segundos (cinco minutos).

“Acho esse túnel estreito para a quantidade de gente que passa aqui. Está sempre lotado. E as esteiras estão sempre desligadas”, disse a universitá­ria Camila Valverde, de 20 anos, moradora do Butantã, zona oeste de São Paulo, que estuda na região da Paulista. “Se ajudar a diminuir a lotação, pode ser uma boa”, afirmou. “Eu só fico imaginando quanto custou instalar isso. Parece que faltou planejamen­to. Instalar a esteira para depois retirar”, questiona outro usuário, o bancário Rafael Renato Vilares, de 27 anos.

Novos pontos. A decisão de retirar a esteira está relacionad­a à abertura das novas estações da Linha 5-Lilás, que liga o centro à zona sul. Essa mudança criou novas estações de conexão entre linhas, dando mais possibilid­ades de rotas aos usuários. “Com a entrada em operação das novas estações Santa Cruz e Chácara Klabin, da Linha 5-Lilás, a rede de metrô da cidade ganhou novos pontos de transferên­cia, o que tornou tanto possível quanto necessária a realização da remoção” das esteiras, acrescenta a estatal.

As duas esteiras restantes ficarão na subida, no sentido de quem vem da Estação Paulista, uma em frente da outra. Já o material retirado deve ser reaproveit­ado, diz a empresa, na Estação Clínicas, da Linha 2-Verde.

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BRUNO RIBEIRO/ESTADÃO Ajuste. Troca deve dar mais segurança e rapidez ao fluxo de passageiro­s, segundo o Metrô

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