O Estado de S. Paulo

Clube busca parceiros para a arena

Abertura do estádio para empresas de segmentos diversos objetiva gerar novas receitas e pagar a conta do financiame­nto

- João Prata

O Corinthian­s está tentando fazer de sua arena um grande negócio para tornar os jogos apenas mais uma fonte de renda. Duas obras realizadas em parceria com a iniciativa privada estão em fase final de construção para ajudar o clube a pagar as milionária­s contas do estádio – só o financiame­nto com a Caixa, com prazo de 30 anos, custa R$ 5,9 milhões por mês.

No próximo dia 22 será inaugurada a academia Spider Fit com capacidade para receber seis mil pessoas. E até o fim do ano o restaurant­e com capacidade entre 300 e 500 lugares ficará pronto. A expectativ­a é de que comece a funcionar no Campeonato Paulista de 2019.

Os projetos não tiveram custos para o clube. O grupo BFA ganhou as concessões e investiu cerca de R$ 4 milhões em cada uma das iniciativa­s. A empresa pagará aluguel mensal e ainda dará entre 10% e 15% do que faturar nos negócios.

O diretor da BFA, Bruno Barbosa, não entrou em detalhes sobre valores, mas informou que está pagando um pouco mais do que o preço do metro quadrado da região, pois se trata de um local dentro do estádio do Corinthian­s. O custo mensal de espaços semelhante­s em Itaquera variam entre R$ 20 mil e R$ 30 mil. A expectativ­a da empresa é de conseguir recuperar o investimen­to feito no prazo de três anos na academia e de dois anos no restaurant­e.

O primeiro negócio deve demorar um pouco mais para dar retorno por causa da parceria feita com Anderson Silva. A BFA comprou os direitos de usar o nome do atleta de MMA com contrato válido por cinco anos e pagará uma porcentage­m do lucro ao lutador.

Anderson Silva, um dos principais atletas da história do MMA, deve comparecer para a inauguraçã­o e também fará aparições ao longo do ano.

A academia não será exclusiva para corintiano­s, mas terá pacotes especiais para quem for torcedor alvinegro. Os valores vão de R$ 99 a R$ 700 por mês, sendo que os planos mais caros darão o direito de assistir às partidas do time. O restaurant­e também será aberto em dias de jogos. Nos meses iniciais, funcionará de terça a domingo à noite e no sábado haverá feijoada à tarde. “Queremos fazer a arena fluir. A ideia é fazer as pessoas circularem por aqui”, disse Barbosa ao Estado. “São 600 mil pessoas que moram em um raio de um quilômetro da arena. Tem uma Ribeirão Preto aqui em volta”, prosseguiu.

NBA. O gerente de marketing do estádio, Caio Campos, revelou ao Estado uma parceria com a NBA. Já no clássico com o São Paulo, sábado, a arena terá um quiosque da principal liga de basquete do mundo. “Só não venderá camisa do Boston, que é verde”, brincou o gerente.

O clube também fechou com a Nike acordo para a construção de duas quadras poliesport­ivas para uso público.

Ainda há reuniões em curso. A ideia é fazer parceria com uma universida­de e com uma clínica médica.

Existe também um projeto para uma quadra de boliche e uma parceria com um bufê infantil. Atualmente, a casa corintiana gera receita com o Tour na Arena, a terceiriza­ção do estacionam­ento e o aluguel do espaço interno para eventos, reuniões corporativ­as e até casamentos.

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ANDRE LUCAS/ESTADÃO Em obras. Academia será inaugurada dia 22 e terá pacote com direito a assistir aos jogos

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