Seguro e resseguro de agro podem ter empurrão
Aequipe econômica do governo atual e a de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) consideram comprar resseguro para a carteira do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), uma espécie de seguro agrícola que garante o pagamento de obrigações financeiras relativas ao crédito rural de custeio. Se a ideia for levada adiante pode ser um importante impulso para o segmento, uma vez que o volume de prêmios anuais do Proagro é da ordem de R$ 5 bilhões. O objetivo é usar a Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF) para segurar a carteira e comprar o resseguro. O entendimento da equipe econômica atual e a de transição, chefiada por Paulo Guedes, o “super ministro”, é atenuar perdas em anos com resultados negativos. » Colchão. Embora o prêmio pago pelo Proagro seja receita do Tesouro, os sinistros também resultam em despesas para os cofres públicos. O exemplo mais recente foi o ano de 2016, quando o resultado ficou negativo em R$ 3 bilhões. O resseguro funciona como um seguro para as seguradoras, protegendo-as de perdas elevadas. No caso da carteira de seguro de agronegócio, cerca de 80% contam com a proteção do resseguro.
» Saída. Quando a conta do Proagro fica no vermelho, o governo tem de tirar recursos de outras áreas para cobrir o rombo. Neste ano, o saldo está no azul em R$ 1,7 bilhão. Procurada, a equipe do Bolsonaro não comentou. A equipe econômica atual também não se manifestou.
» De novo, as urnas. O processo eleitoral reduziu o ritmo das viagens de executivos de pequenas e médias empresas (PMEs) desde agosto, com muitos decidindo postergar encontros corporativos para o ano que vem. A etrip, agência de viagens online, reportou, por exemplo, queda de 40% nas viagens de clientes com frequência de contratação de passagens no site. » Sem festa. O grupo SHC, presidido por Sérgio Habib, revendedora e importadora da marca chinesa JAC Motors, entrou com pedido de recuperação judicial no início deste mês, apesar de outubro ter sido o melhor em produção desde 2014 e muito comemorado pela Anfavea, entidade que congrega as montadoras de veículos no Brasil. As dívidas do grupo somam R$ 517 milhões e o pedido envolve 40 empresas, tendo Itaú Unibanco e Banco do Brasil entre os principais credores.
» Com a palavra. Em nota, a JAC Motors no Brasil confirmou que o Grupo SHC entrou com um pedido de recuperação judicial. A decisão, conforme a empresa, foi motivada pela necessidade de buscar proteção judicial para uma repactuação de seu passivo junto a bancos, parceiros e fornecedores e, dessa forma, fortalecer a JAC Motors Brasil, sua principal operação.
» Para baixo. O número de famílias endividadas caiu em outubro. No mês passado, o porcentual de famílias com dívidas ou contas em atraso passou para 23,5%, ante 23,8% em setembro, segundo a pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e que será divulgada hoje, dia 08. A inadimplência também teve queda ante outubro de 2017, quando estava em 26% do total.
» De olho. A Sodexo, de benefícios, lança a plataforma VT Pass, para o gerenciamento e compras de valetransporte. Com o uso da ferramenta, a expectativa é de economia para as companhias de 25% a 40% nos primeiros meses de uso, e de 12% a 18% em um ano.
» No topo. A Austral Seguradora, da Vinci Partners, galgou a liderança do setor de riscos de petróleo. A companhia, que acaba de completar oito anos de operação, teve um salto de mais de 87% ante 2017, com R$ 210 milhões em prêmios até setembro.
» Mais é mais. A expectativa da Austral é ainda mais otimista para os próximos anos diante das novas rodadas da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e a diversificação das operadoras que devem movimentar toda a cadeia de fornecedores. A expectativa, conforme o CEO da Austral Seguradora, Carlos Frederico Ferreira, é de que os leilões gerem até US$ 40 milhões em prêmios, impulsionando o setor de riscos de petróleo. » Dobra a meta. A GetNet, do Santander Brasil, está bem perto de alcançar os sonhados 15% de participação no setor de adquirência com suas ‘maquininhas’. A meta era esperada somente para o final de 2019. Para este ano, a empresa mirava 14%. Mas, em setembro, o market share da GetNet já chegou a 14,5%, aumento de 3 pontos porcentuais ante o mesmo intervalo do ano passado. Em dois anos, o crescimento é de 4,77 pontos porcentuais.