O Estado de S. Paulo

Mitsubishi vai investir R$ 300 milhões na produção de novo SUV em Goiás

Nova aposta. Investimen­to deverá nacionaliz­ar fabricação do Eclipse Cross, recém-lançado no Japão, a partir do segundo semestre de 2019; no Salão do Automóvel, que começa hoje, Caoa Chery também anunciou produção dois novos utilitário­s-esportivos no Estad

- Cleide Silva

Para acirrar a disputa pelo mercado de utilitário­s-esportivos (SUVs), o que mais cresce em vendas, a Mitsubishi anunciou ontem investimen­to de R$ 300 milhões para produzir, na fábrica de Catalão (GO), o SUV de médio porte Eclipse Cross, recém-lançado no Japão. Inicialmen­te o modelo será importado e a nacionaliz­ação ocorrerá no segundo semestre de 2019.

Este é o primeiro anúncio de investimen­to do grupo nacional HPE – que representa a Mitsubishi e a Suzuki no Brasil – desde 2010, quando a empresa lançou um plano de R$ 1 bilhão para cinco anos, período em que a fábrica goiana inaugurou linha de pintura e teve a capacidade ampliada para 100 mil veículos ao ano. Hoje, opera com 70% de ociosidade.

O anúncio foi feito no Salão Internacio­nal do Automóvel, que abre hoje ao público, a partir das 13 horas, no São Paulo Expo. O evento vai até o dia 18.

Robert Rittscher, diretor de operações da HPE, afirmou que o dinheiro será usado para adequação da linha de produção, novos equipament­os e treinament­o de pessoal. Serão gerados cerca de 200 novos empregos (10% do quadro atual).

“O Eclipse Cross é um veículo global, nosso primeiro produto da aliança global entre Renault, Nissan e Mitsubishi”, disse Rittscher. Ele já negocia com o grupo tríplice a produção futura também da nova Pajero Sport, outro veículo que será importado pela Mitsubishi local, que tem licença para produzir veículos da marca no País.

A fábrica de Anápolis também produz o jipe Jimny, da Suzuki, em versão com câmbio manual. O modelo com câmbio automático, o Jimny Sierra, será importado a partir do segundo semestre do próximo ano.

Nacionaliz­ação. Outra fabricante de Goiás, a Caoa Chery, informou ontem que vai montar dois novos SUVs na fábrica de Anápolis, o Tiggo 5x, a partir de dezembro, e o Tiggo 7, em janeiro. O grupo também já estuda a produção da nova geração do SUV, o Tiggo 8 (todos expostos no salão), segundo informou o presidente da Caoa Chery, Marcio Alfonso.

Neste mês, a empresa iniciou a montagem do sedã Arrizo, em Jacareí (SP). Os três modelos são da chinesa Chery, empresa com a qual a Caoa – que produz alguns veículos da coreana Hyundai sob licença – fez parceria há um ano e anunciou investimen­tos de R$ 2 bilhões. A intenção é adequar as duas fábricas para receberem produtos de ambas as marcas. A Caoa, no entanto, ainda negocia com a Hyundai a manutenção do contrato de licenciame­nto.

A fábrica de Jacareí produzia os modelos QQ e Tiggo 2 e, com o Arizzo, deve produzir 24 mil veículos em 2019, ante uma capacidade produtiva de 50 mil unidades anuais. Já a unidade de Catalão deverá fazer cerca de 15 mil unidades. Todos os novos modelos têm baixo índice de nacionaliz­ação. “Deveremos atingir cerca de 60% de nacionaliz­ação em dois a três anos”, disse

Alfonso.

O executivo disse que o grupo estuda importar o Chery QQ elétrico, carro compacto que, segundo ele, poderia ser vendido ao preço de R$ 50 mil, dependendo das condições de mercado e câmbio.

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JOSE PATRICIO/ESTADAO Novidade. Chegada do Eclipse Cross deve reduzir ociosidade da fábrica em Catalão (GO)

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