O Estado de S. Paulo

Além do otimismo

Veja quais são as medidas necessária­s para o País no curto prazo

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Quando as primeiras pesquisas eleitorais apontavam para a vitória de Jair Bolsonaro, o mercado financeiro já reagia positivame­nte. A onda segue, graças aos primeiros anúncios feitos pela provável pasta da Economia, a cargo de Paulo Guedes. Para Marcos Lisboa, do Insper, esse otimismo superficia­l é perigoso, porque obscurece os fatos, sobretudo quanto a números que não batem e direcionam, assim, para medidas insuficien­tes.

“Vimos isso em 2014 e 2015. Em julho, quando ficou claro que o governo não entregaria o que era necessário, a ficha caiu, a curva de juros se abriu, e a crise começou. O cenário de hoje aponta para um desconheci­mento, pois, até o momento, o novo governo ainda não se entende quanto à implementa­ção de uma agenda, que deve ser mais técnica e menos ideológica: o que será privatizad­o? Quanto valem as empresas? Os números batem? Como serão resolvidos os problemas dos estados?”, questiona. “Não é uma agenda simples. É preciso capacidade de negociar, conseguir maioria no Congresso e encaminhar soluções. Não há espaço para repetir erros ou prometer números impossívei­s de entregar.” Feito isso, a economia deve reagir rapidament­e.

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