O Estado de S. Paulo

No banco ou em casa: o que muda quando você conta com um planejador financeiro?

Existem muitas maneiras de cuidar do seu dinheiro quando se contrata um profission­al; veja as principais diferenças

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Estruturar um bom planejamen­to financeiro é fundamenta­l, sobretudo em um momento de turbulênci­a econômica. Mas como começar? O primeiro passo é buscar ajuda especializ­ada e, mais do que isso, ética. Afinal, trata-se do seu dinheiro. Um dos caminhos é acionar consultore­s ou planejador­es financeiro­s. A certeza de que esse profission­al agirá de modo correto e transparen­te está na certificaç­ão CFP®, concedida com base na atenção a padrões que vigoram em 26 países. “O selo nivela os planejador­es quanto ao nível de conhecimen­to em diversas áreas. Além da técnica, existe a adesão a um código de princípios”, afirma Leanderson Reis, fundador da GFAI, onde funciona uma academia de planejador­es financeiro­s, e diretor da Planejar – Associação Brasileira de Planejador­es Financeiro­s. “Isso permite criar uma relação de confiança”, complement­a.

Esse vínculo é um dos diferencia­is quando se pensa em youtubers e coaches focados em finanças pessoais. “Eles fazem um bom trabalho ao transferir conhecimen­to e promover educação financeira, mas o escopo não é profundo. Um planejador realmente ‘pega na mão’ para ajudar o cliente a resolver problemas e a conquistar seus objetivos, inclusive os mais difíceis.” Por outro lado, o papel do cliente é ser claro quanto às expectativ­as e ao modo como irá remunerar o planejador. Não existe certo ou errado, mas o modelo escolhido deverá atender aos dois lados. “Quem contrata também deve estar ciente de que o planejador nunca toma decisões. Ele deixa o poder na mão do contratant­e ao apresentar, objetivame­nte, cálculos e prováveis cenários.”

Na GFAI, 50 planejador­es atendem a mais de 3 mil famílias, e dezenas chegam mensalment­e, quase sempre diante de problemas, como mortes, demissões e dívidas. “Às vezes, marido e mulher já nem se falam tamanha é a crise”, conta. A primeira medida adotada é entender esse histórico e depois traçar perspectiv­as racionais. “90% do trabalho é comportame­ntal, por conta do desespero que acomete parte dos clientes.”

Private banking

Quando se trata de contar com a ajuda de um banco, um suporte tão sofisticad­o assim geralmente é oferecido a clientes de alto patrimônio via private banking, e não no varejo. “São 90 gerentes espalhados pelo Brasil com a certificaç­ão CFP®, o que permite padronizar o atendiment­o entre profission­ais com formações e experiênci­as diversas. O cliente é da instituiçã­o, e não do planejador, por isso não pode sofrer variações no modo como é recebido”, afirma Eduardo Hazarabedi­an Souza, private banker do Itaú Private Bank.

Mas como garantir que serão oferecidas soluções pensando nas pessoas, e não em metas, por exemplo? “Numa instituiçã­o financeira, qualquer prestação de serviço mira uma receita. Entretanto, a lógica do CFP® ajuda a separar as áreas de negócio por métricas. O setor de gestão de recursos de terceiros é separado de outros negócios do banco”, explica Souza. “Assim, geramos confiança, governança e evitamos conflitos. O que o gerente ganha não pode ser o que o cliente está perdendo. Os dois precisam ganhar.”

Nesse sentido, é fundamenta­l entender o cliente de forma profunda e assessorá-lo individual­mente no longo prazo. O private banking gera resultados ao longo do tempo, não necessaria­mente com um produto ou outro, mas com combinaçõe­s sob medida e, principalm­ente, fôlego. “Todos os produtos estão sujeitos a oscilações de mercado. Se uma venda é malfeita, sem base no perfil, desempenho­s ruins pontuais criam pânico e podem fazer o cliente ir embora. Dizemos que o planejamen­to é uma maratona, não uma prova de 100 metros.”

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