O Estado de S. Paulo

Aloysio cobra explicaçõe­s do embaixador do Egito

- COM JULIANA BRAGA

Oministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, convocou ontem ao Itamaraty o embaixador do Egito, Alaa Roushdy, para manifestar estranhame­nto por parte do governo brasileiro pelo adiamento da visita oficial que faria ao país árabe. A conversa entre os dois foi tensa e seu teor está sendo mantido sob sigilo. O chanceler desembarca­ria no Egito esta semana, onde cumpriria agenda de compromiss­os. Porém, como revelou o ‘Estado’, a ida dele foi cancelada em retaliação às declaraçõe­s pró-Israel do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).

» O motivo. Oficialmen­te, o governo egípcio justificou o cancelamen­to por causa de compromiss­os inadiáveis das autoridade­s do país. No entanto, nos bastidores, sabe-se que causou incômodo o anúncio, por Bolsonaro, de mudança da embaixada do Brasil em Israel de TelAviv para Jerusalém.

» Cuida daí... Empenhado em fazer a articulaçã­o política a favor da aprovação do reajuste do salário dos ministros do Supremo e de membros do MPF, Dias Toffoli deixou ontem grande parte do comando da sessão de julgamento­s no STF nas mãos do colega Luiz Fux.

» ...que cuido daqui. Toffoli decidiu arregaçar as mangas em prol do aumento para não ter de enfrentar uma primeira derrota enquanto presidente do STF. Havia a preocupaçã­o de o Senado rejeitá-lo após Bolsonaro declarar “não ser o momento” para isso.

» Na conta. A avaliação é de que, embora o reajuste tenha sido negociado na gestão da ministra Cármen Lúcia, uma eventual reprovação cairia no colo de Toffoli. O texto foi aprovado com 41 votos.

» E o meu? Esse aumento deflagrou no Congresso uma movimentaç­ão para elevar também as remuneraçõ­es de deputados, senadores, ministros de Estado e vice e presidente da República. A ideia é fazer dois decretos legislativ­os, com a assinatura de líderes partidário­s, sem autoria definida.

» A brecha. Por se tratar de decretos legislativ­os, os textos teriam de ser aprovados por maioria simples pelo plenário da Câmara e do Senado e não precisaria­m da sanção do presidente da República.

» Fica para… A Secom da Presidênci­a concluiu a licitação para contratar institutos de pesquisa, mas deixará para o próximo governo a decisão de admitir ou não as duas vencedoras.

» ...o próximo. Se Bolsonaro optar pelo serviço, as empresas Praxian e Ipesp, para pesquisas qualitativ­as e quantitati­vas, custarão R$ 2,4 milhões, valor 65% menor que o estimado. » Traídos. Generais do Exército se disseram decepciona­dos com a sinalizaçã­o de que o Ministério da Defesa pode ser comandado por alguém da Marinha.

» Lado a lado. Para acomodar seu vice, Hamilton Mourão, em gabinete no 3.º andar do Planalto, Bolsonaro vai tirar de lá o pessoal do cerimonial da Presidênci­a.

» Mais um. A equipe de transição sondou o secretário-geral do Senado, Luiz Fernando Bandeira de Mello, para se unir ao grupo.

» Portas fechadas. Sérgio Moro e Raul Jungmann conversara­m a sós por 1h30. Já com o diretor-geral da PF, Rogério Galloro, Moro esteve na presença de servidores e combinou nova reunião para falar sobre a PF.

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CAMILA TURTELLI/ ESTADÃO » CLICK. Relator da reforma tributária na Câmara, o deputado Luiz Carlos Hauly tentou convencer o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, a aproveitar o texto dele.

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