O Estado de S. Paulo

Lázaro Ramos e o Grinch, a difícil arte do dublador

Ator explica como foi criar o personagem do Dr. Seuss e comemora: “É meu primeiro filme que meus filhos vão ver”

- Luiz Carlos Merten

Lázaro Ramos está cheio de expectativ­a pelo Grinch, que chegou na quinta-feira, 8, aos cinemas brasileiro­s, mas é por um motivo muito particular. “É o primeiro filme que meus filhos vão poder assistir. Em geral, faço filmes que não são para a faixa etária deles. Como pai responsáve­l, que acompanha os filmes com os filhos, estou louco para ver como vão reagir. Acho que vão gostar. Tem coisas engraçadas e aquele momento emocional forte, que tem tudo a ver com o universo infantil.”

Disso Lázaro entende, como autor do livro A Velha Sentada e da peça A Menina Edith e a Velha Sentada, ambos infantis. Ele não conhecia o livro do Dr. Seuss, só o filme de live action estrelado por Jim Carrey, que, por sinal, estava irreconhec­ível no papel. “É um personagem muito americano, que a gente resolveu abrasileir­ar na dublagem.” Para ficar claro. O Grinch que estreia é uma animação e o primeiro trabalho de Lázaro Ramos como dublador. O personagem é aquele cara esverdeado e esquisitão, muito mal-humorado, que tem sempre planos para destruir o Natal. No original, nas versões com legendas, quem faz o Grinch é Benedict Cumberbatc­h. “Acho que só a escolha do ator já revela o desejo de resgatar o Grinch da literatura, que é malvado, malhumorad­o, mas tem essa coisa emocional forte dentro dele.”

Meu malvado favorito? Lázaro adora a cena em que o personagem está sozinho na janela, planejando o roubo do Natal. “Parece um vilão de Shakespear­e.” O repórter lembra uma antiga conversa com ele. Lázaro, que sempre foi lutador contra o preconceit­o, queria fazer Hamlet. Ainda quer? “Cara, não quero mais, não. Em compensaçã­o, fiz o Iago, do Otelo, que está no YouTube, é só pesquisar. Gostei muito.”

Lázaro está sempre mostrando a cara. Na TV, no cinema. Como foi o trabalho de dublagem? “É muito solitário e difícil, porque você fica ali dentro, sozinho, no estúdio, tentando se ajustar ao tempo das falas. Foram cinco dias intensos. Os dois primeiros foram os mais sofridos, mas depois você entra no clima. No terceiro dia, o personagem já me comandava.” E agora – o Grinch vai destruir ou salvar o Natal? “Vai salvar, claro, é só juntar as famílias e seguir a mensagem emocional do filme.”

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UNIVERSAL PICTURES ‘O Grinch’. “Parece um vilão shakespear­iano na cena da janela”, diz Lázaro Ramos

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