O Estado de S. Paulo

Um Fittipaldi na F-1

Aos 22 anos, Pietro, neto do bicampeão Emerson, é anunciado como piloto de testes da escuderia norte-americana Haas, atualmente a 5ª na disputa

- Ciro Campos Felipe Rosa Mendes

Aos 22 anos, Pietro, neto de Emerson, será piloto de testes da equipe Haas.

A família Fittipaldi voltou para a Fórmula 1. O sobrenome mais tradiciona­l do automobili­smo brasileiro vai retornar ao paddock em 2019 por meio de Pietro Fittipaldi, neto do bicampeão Emerson. Ele será piloto de testes e de desenvolvi­mento da equipe Haas. Vai seguir, assim, os passos do avô, do tio Wilson e do primo Christian. A meta, claro, é ter um assento de piloto titular, como fizeram seus parentes. Isso já em 2020.

“Claro que o meu objetivo é virar titular em 2020. É o meu sonho”, disse Pietro ao Estado. O piloto revelou que Emerson ficou emocionado ao receber a notícia do acerto. “Falei com meu avô ontem, ele estava muito feliz. Ele vai estar aqui neste sábado (hoje) e vou poder vê-lo pessoalmen­te.”

Pietro é o quarto piloto do clã Fittipaldi na Fórmula 1. Tudo começou antes mesmo de Emerson. O pai do bicampeão, Wilson, mais conhecido por Barão, foi um pioneiro das transmissõ­es de automobili­smo no rádio. Ele era jornalista, mas também piloto amador. Como radialista, narrou as vitórias do filho na F-1, incluindo as provas que lhe renderam os dois títulos mundiais.

Wilson Junior, filho do Barão e irmão de Emerson, e Christian, sobrinho do bicampeão, tiveram resultados menos expressivo­s. Há ainda na família, embora sem o sobrenome famoso, Max Papis, genro de Emerson e tio de Pietro.

O neto não esconde que tem Emerson como seu maior ídolo. E já vê semelhança­s entre seu estilo e a postura mais cerebral do avô nas pistas. “É difícil comparar porque eram tempos diferentes, mas meu avô era muito bom em acerto de carro, em coisas mais técnicas. Acho que eu sou bom nisso também”, afirma o piloto de 22 anos.

“Acredito que foi isso que me deu essa oportunida­de com a Haas. E muitas dessas coisas eu aprendi com o meu avô, com o Christian e com o meu tio Max Papis. E eles têm muito mais experiênci­a e me dão muitos conselhos”, diz Pietro.

O sobrenome pesou na contrataçã­o do jovem brasileiro. Chefe da Haas, Günther Steiner exaltou o “pedigree de campeão” do novo piloto de testes do time norte-americano. Pietro tem consciênci­a das portas que o sobrenome abre em sua carreira, mas também está ciente da pressão inerente à condição de nova aposta brasileira.

“Tem pressão com o nome, claro. Mas é normal. O nome ajuda mais do que prejudica. Para mim, é um privilégio e uma honra poder carregar o nome de uma família tão tradiciona­l no automobili­smo”, afirma.

Por conta do acerto com a Haas, a convivênci­a familiar passará por mudanças em 2019. Pietro ficará mais longe do avô, que mora nos Estados Unidos, porque vai residir na Itália. Ele deixará o país da América do Norte para trabalhar em Maranello, onde fica a sede da Ferrari. A Haas tem forte ligação com o time italiano, que costuma ceder seu simulador aos pilotos da equipe americana.

Longe dos pais, que continuarã­o a morar na Carolina do Norte, Pietro ficará mais próximo do irmão. Enzo, de 17 anos, é outro candidato a representa­r a família Fittipaldi na F-1 no futuro e acaba de ser campeão da Fórmula 4 Italiana. “Eu me dou muito bem com o meu irmão. A gente briga de vez em quando, é normal”, diz Pietro, ao lado do irmão, entre risadas.

Pietro Fittipaldi PILOTO DE TESTES DA HAAS ‘Meu avô era bom em acerto de carro, em coisas técnicas. Acho que sou bom nisso também’

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WERTHER SANTANA/ESTADÃO Futuro. Plano de Pietro Fittipaldi é ser piloto titular em 2020

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