3 PERGUNTAS PARA...
1. Qual é a sua avaliação sobre uso de redes sociais para combater crimes? Monitoramento de rede social é equivalente ao que a polícia fazia antes na campana: usava viatura descaracterizada, se disfarçava de vendedor de pipoca, tudo isso para obter informação. Hoje, faz por meio eletrônico. Postagens se tornaram um nicho em que as pessoas expõem condutas criminosas. Cabe à polícia intervir.
2. Há estrutura policial para lidar com o volume de dados digitais? Mesmo se o crime for investigado por meio digital, precisa de perícia para que a prova seja produzida. Um print, por exemplo, tem de ser analisado por um perito oficial, mas a Polícia Técnico-Científica de São Paulo está sucateada. Na prática, a prova demora e isso prejudica a efetividade da Justiça. Sem um laudo, a Justiça não pode dar resposta a contento: tem de absolver o réu.
3. A senhora acredita que o uso de novas tecnologias na produção de provas criminais pode aumentar o risco de contestação judicial? Toda prova tem de ser colhida de forma lícita, respeitando os limites da Constituição e do Código de Processo Penal. Para extrair mensagens de WhatsApp, por exemplo, um juiz precisa autorizar a quebra de sigilo. Se a prova é produzida de forma ilegal, é considerada nula. Mas em São Paulo os casos de ilegalidade por meio de prova são raros.