O Estado de S. Paulo

Em final inédita, Boca e River põem à prova tradição gigante

Donos de nove títulos da Libertador­es, arquirriva­is se encaram pela primeira vez na decisão, que será aberta na Bombonera

- Rafael Franco

Dois gigantes do futebol sulamerica­no, Boca Juniors e River Plate, começam a decidir hoje, às 18h (de Brasília), no caldeirão de La Bombonera, o título da Copa Libertador­es em final histórica por inúmeros motivos. Um deles diz respeito ao ineditismo da partida. Pela primeira vez em 59 anos de disputa, os dois rivais argentinos vão se enfrentar em uma decisão.

O chamado Supercláss­ico marcará também a última vez em que o torneio será decidido com jogos de ida e volta. A Conmebol anunciou há alguns meses que, a partir de 2019, a luta pela taça ocorrerá em jogo único – no próximo ano, o campeão será conhecido em Santiago, no Chile. Desde que Boca e River eliminaram Palmeiras e Grêmio, respectiva­mente, nas semifinais, os argentinos “almoçam e jantam” comentando sobre o clássico. Será assim até o dia 24, quando o estádio Monumental de Núñez abrigará o confronto da volta.

A Argentina está dividida. Ontem, representa­ntes da duas equipes e da Conmebol se reuniram para acertar os últimos detalhes. Como em São Paulo, os grandes jogos no país não contam com a presença de torcedores rivais na arena do mandante. Em entrevista nesta semana, o técnico do Boca, Guillermo Barros Schelotto, sintetizou com fidelidade o peso que a decisão tem para a nação. “Boca e River colocaram o futebol argentino em um lugar onde nunca antes ele havia chegado (na Libertador­es). Um futebol argentino muito castigado em nível de seleção pelos resultados... mas hoje o mundo comenta esta final e é uma conquista importante.”

Punido pela Conmebol e sem poder dirigir o River na decisão por ter trabalhado de forma irregular no duelo de volta da semifinal com o Grêmio, pois estava suspenso, Marcelo Gallardo também ressaltou a importânci­a do encontro. “Vamos jogar uma partida especial, histórica, e somos privilegia­dos de poder vivê-la.”

O Boca lutará pela sétima Libertador­es. Tenta se igualar ao também argentino Independie­nte como maior campeão do torneio, que ganhou em 1977, 78, 2000, 2001, 2003 e 2007. O River buscará o tetra – ergueu a taça em 1986, 1996 e 2015.

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NATACHA PISARENKO/AP Cobiçada. Bola da decisão tem o escudo dos clubes

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