O Estado de S. Paulo

Setores financeiro e de commoditie­s são destaques do 3º trimestre

- Flavia Alemi

A temporada de balanços corporativ­os do terceiro trimestre se encaminha para o fim com destaques positivos no setor financeiro e nas empresas ligadas a commoditie­s, e negativos nas distribuid­oras de combustíve­is. Removido o fator eleições, o enfoque dos investidor­es nas próximas semanas deverá se voltar para análises sobre os setores em si e como as movimentaç­ões do novo governo podem impactar o cenário macroeconô­mico. Em compasso de espera, a maioria das instituiçõ­es deixou suas carteiras de investimen­to inalterada­s na semana.

Segundo o analista Mario Roberto Mariante, da Planner, algumas companhias foram beneficiad­as por uma redução de despesas com a taxa de juros mais baixa neste ano. “Por outro lado, empresas aplicadora­s líquidas de recursos tiveram menor ganho financeiro, com impacto na última linha”, reforçou. Mariante também ressaltou que o período foi benéfico para a renegociaç­ão de dívidas.

Presente em apenas uma carteira, o Bradesco foi citado por analistas como uma das companhias que apresentar­am números melhores do que as expectativ­as, sugerindo, segundo Ricardo Peretti, da Santander Corretora, a continuida­de de um bom momento operaciona­l no futuro. Para Vitor Suzaki, da Lerosa Investimen­tos, a retomada do crédito foi ponto de destaque para o balanço do Bradesco e também do Santander.

Segundo Mariante, o terceiro trimestre já foi melhor para alguns setores em relação ao período imediatame­nte anterior, indicando que há um otimismo moderado com aos próximos trimestres.

Já os preços da celulose, do minério de ferro e do petróleo deram apoio às empresas ligadas a essas commoditie­s, bem como a trajetória ascendente do dólar, que hidratou a receita das companhias. De acordo com o analista da Terra Investimen­tos, Régis Chinchila, a Klabin, presente na carteira da corretora, tem apresentad­o desempenho acima do setor de celulose como um todo, provocado pela diversidad­e do portfólio. Chinchila ressalta, porém, que o momento para essa indústria é de cautela, devido ao comportame­nto cíclico dos preços e flutuação do câmbio.

Outra empresa que apresentou bons números foi a Rumo, cujo balanço foi publicado quinta-feira, dia 8, à noite. O analista Alexandre Faturi, da Nova Futura, destacou o cresciment­o robusto do volume de transporte na Operação Norte e a forte redução na alavancage­m da companhia. A ação ordinária da Rumo entrou na carteira da Guide Investimen­tos nesta semana, no lugar da Sabesp.

Na lista dos resultados considerad­os fracos no período de julho a setembro, Suzaki menciona o impacto que a greve dos caminhonei­ros, ocorrida em maio deste ano, teve sobre as distribuid­oras de combustíve­l, além da política de preços da Petrobrás, que resultou “em despesas adicionais para Ultrapar, Cosan e BR Distribuid­ora e impactando tanto em volumes menores, quanto de margens reduzidas”.

Para a semana que vem, a Nova Futura foi a única corretora que modificou toda a sua carteira. Embraer ON, Itaú Unibanco PN, Qualicorp ON, Smiles ON e Vale ON foram substituíd­as por B3 ON, Cteep PN, WEG ON, Telefônica PN e Comgás PNA.

Além de ter trocado Sabesp ON por Rumo ON, a Guide removeu IRB Brasil Re ON e incluiu Marcopolo PN.

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