Telecom Italia autoriza TIM a estudar compra da Nextel
De acordo com fontes próximas às empresas, TIM teve aval da controladora para fazer uma oferta pela rival
A TIM recebeu o sinal verde da sua controladora, a Telecom Italia, para realizar uma oferta não vinculante pela rival Nextel, do grupo americano NII Holdings, informaram ao Broadcast/Estadão fontes próximas do assunto.
Os estudos estão em fase preliminar, sem uma decisão definitiva de que a proposta de compra seguirá adiante. De acordo com uma das fontes, a TIM recebeu autorização para estudar o ativo e tentar chegar a um valor no futuro que, eventualmente, possa fazer parte de uma oferta.
A TIM já deu sinais de interesse pela Nextel, que aumentam as expectativas do mercado de que a oferta será concretizada.
Durante reunião com investidores ontem, o presidente da Telecom Italia, Amos Genish, afirmou que a TIM Brasil é uma empresa estratégica e que será cada vez mais fortalecida para conquistar vantagens competitivas. Nesse contexto, a Nextel é um “ativo interessante para se olhar”, apontou Genish.
O caminho para a uma eventual compra da Nextel por outras companhias ficou melhor pavimentado após a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ter aprovado neste mês uma mudança regulatória que diminuiu as restrições sobre a quantidade de frequência que pode ser detida por uma operadora. A posse de frequência é essencial para as teles ampliarem a qualidade e a cobertura da telefonia móvel e do tráfego de dados.
“A mudança regulatória viabilizou uma potencial compra”, observa o sócio da consultoria Teleco, Eduardo Tude. “Essa restrição fazia com que uma grande operadora que viesse a comprar a Nextel ultrapassasse o limite legal e tivesse que devolver frequência para a Anatel. E frequência é uma coisa cara”, ponderou.
Dados. Boa parte do valor da Nextel vem de seus direitos de operação em São Paulo e Rio de Janeiro, particularmente as frequências de 1.800 Mhz e 2.100 MHz, importantes para o tráfego de dados, principal negócio das teles. No entanto, a companhia também possui frequências que praticamente não foram exploradas em outras regiões, uma vez que seu plano de expansão não conseguiu transformar a companhia em uma prestadora de serviços com alcance nacional.
Procuradas, TIM e Nextel não comentaram o assunto.