O Estado de S. Paulo

Novos iPhones chegam ao Brasil com poucas filas

Com preços entre R$ 5,2 mil e R$ 10 mil, celulares atraíram poucos interessad­os em primeiro dia de vendas no País

- Giovanna Wolf

Os novos modelos do iPhone começaram a ser vendidos pela Apple nas lojas brasileira­s ontem. Chamados de iPhone XR, iPhone XS e iPhone XS Max, os três aparelhos têm preços que variam entre R$ 5,2 mil e R$ 10 mil, bem acima da concorrênc­ia. Os valores altos, mais uma vez, afastaram o interesse dos consumidor­es: na loja da Apple no Morumbi Shopping, em São Paulo, não houve filas nem gente que veio de longe para comprar o aparelho, ao contrário do que costuma acontecer lá fora.

Às 10 horas da manhã, quando a loja abriu, apenas cinco pessoas esperavam na fila para adquirir o aparelho. Enquanto isso, uma loja de sapatos no mesmo shopping chegou a distribuir senhas para dezenas de clientes que esperavam para comprar o novo tênis da Adidas, em parceria com o rapper americano Kanye West.

O primeiro foi o médico Marco Carvalho, de 32 anos, que pretendia parcelar em cinco vezes o iPhone XS Max, com 256 GB de armazename­nto – vendido a R$ 8,8 mil por aqui. “Uso iPhone desde a sexta versão e sempre troco de aparelho”, diz o médico, de 32 anos.

Segundo ele, há aparelhos da Apple em sua casa por toda parte, do MacBook até à rede Airport. “Gosto da compatibil­idade entre diversos aparelhos.” Apesar da compra, o médico ficou descontent­e com o preço do aparelho. “Se no ano que vem ficar mais caro, não vai ter como comprar.”

Houve quem buscou táticas para “baratear” o aparelho. O empresário Ricardo Oliveira de 49 anos, por exemplo, entregou o iPhone antigo que usava para a operadora Claro e conseguiu desconto no preço final. Mas ele não reclama da empresa, da qual diz ser cliente desde o primeiro iPhone.

“O preço é abusivo, mas a culpa não é da Apple. Pelo telefone em si e pelo material, vale a pena. Ele dura bem mais que outros e não dá problema”, diz. Dono de um site de e-commerce e três salões de cabeleirei­ro, Oliveira diz que usa os aparelhos para o trabalho e não se vê usando o sistema rival Android.

Novos modelos. Este ano, a Apple repetiu a estratégia de preço criada no ano passado e trouxe aparelhos bem caros, aproximand­o-se do mercado de luxo. São o iPhone XS e XS Max, que custam até US$ 1,1 mil nos EUA e podem chegar a R$ 10 mil por aqui, dependendo da opção de armazename­nto. São dispositiv­os avançados: têm tela de OLED, câmera poderosa, capaz de corrigir problemas da foto com ajuda de software, e design arrojado.

A empresa trouxe ainda uma opção mais “acessível” ao mercado – o iPhone XR, vendido a partir de R$ 5,2 mil no País. Ele tem tela mais simples, feita de LCD, e câmera com lente simples, para usuários que desejam ter um iPhone, mas não ligam para caracterís­ticas tão avançadas.

Outro fator ajudou o iPhone a atingir valores inéditos no País: a desvaloriz­ação da moeda brasileira frente ao dólar. Em 2017, quando o iPhone X foi lançado, a moeda americana era negociada a R$ 3,18. Quando os preços dos novos aparelhos foram anunciados, no início deste mês, o dólar estava cotado a R$ 3,69 – dias antes, porém, estava a mais de R$ 4.“A Apple não muda muito o preço do iPhone no Brasil. Para não ser afetada pelo câmbio, ela usa uma conversão muito acima do mercado”, explicou recentemen­te ao Estado Eduardo Pellanda, professor da PUC-RS.

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LEO MARTINS/ESTADÃO Tática. Para ganhar desconto, Oliveira trocou iPhone antigo
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