“Espero que a classe médica se solidarize e invista nessa área”
A redução de danos esteve no centro do debate na TV Estadão. Com mediação da jornalista Mafê Luvizotto, a discussão entre o pneumologista Rodolfo Fred Behrsin e o publicitário Alexandro Lucian Alves Cordeiro dos Santos, criador do portal Vapor Aqui, abordou temas pertinentes ao interesse público, segundo aponta a pesquisa do Datafolha.
Para o médico, apesar de a nicotina criar dependência, os danos associados ao tabagismo são principalmente causados por substâncias tóxicas decorrentes da combustão do cigarro. Dessa forma, mecanismos que aquecem o tabaco em vez de queimá-lo poderiam representar um avanço para minimizar prejuízos. “Não é saudável, mas a gente começa a vislumbrar que talvez possa trazer menos danos para determinados pacientes”, diz ele sobre as pessoas que não querem ou não conseguem parar de fumar, apesar dos constantes apelos. Para aqueles obstinados a abandonar o vício, Behrsin recomenda tratamento farmacológico e terapia cognitiva comportamental.
Santos se solidariza com pessoas que buscam produtos eletrônicos para entrega de nicotina, popularmente conhecidos como vaporizadores e cigarros eletrônicos, e considera imprescindível que o País discuta sua regulamentação.
Infelizmente a gente tem muita desinformação sobre cigarros eletrônicos no Brasil” Alexandro Santos
“Qual é a alternativa para essas pessoas? Atualmente, oficialmente, nenhuma. Infelizmente a gente tem muita desinformação sobre cigarros eletrônicos no Brasil”, diz.
Behrsin pondera sobre a necessidade de haver pesquisas que comprovem os efeitos em 20 ou 30 anos. “Há realmente menor quantidade de substâncias tóxicas, mas a gente não tem uma avaliação de longo prazo dos vaporizadores.” Santos concorda sobre a importância da produção científica, mas pede urgência. “Espero que a classe médica se solidarize e invista nessa área, porque a gente precisa.”
Por fim, o publicitário lembra que, em outros países, as discussões avançam em ritmo acelerado. “Pesquisas fizeram a Inglaterra adotar o cigarro eletrônico como método antitabagismo já na sua rede pública de saúde. Elas indicam que os cigarros eletrônicos são pelo menos 95% menos prejudiciais do que os cigarros”, declara.
Começamos a vislumbrar que talvez possa trazer menos danos para determinados pacientes” Dr. Rodolfo Fred Behrsin