Atração de 38 novos fornecedores vai gerar de 7 mil a 9 mil empregos
Aaprovação pelo Senado, na quinta-feira, do Rota 2030, programa de incentivos à inovação da indústria automobilística, foi um alívio para todo o setor, em especial para o presidente da FCA Fiat Chrysler para a América Latina, o italiano Antonio Filosa. Com a inclusão da prorrogação dos incentivos extras às empresas instaladas no Nordeste, o executivo ganha força na negociação com novos fornecedores de peças que pretende levar para Goiana, em Pernambuco, região até então voltada ao cultivo da cana de açúcar e onde está a mais moderna fábrica do grupo. Inaugurada em 2015, já produziu 500 mil unidades dos SUVs Renegade e Compass, da marca Jeep, e da picape Fiat Toro.
O que representa para o grupo a aprovação do Rota 2030?
Temos um programa robusto e coerente de investimentos de R$ 14 bilhões que foi anunciado com a premissa de que o programa seria aprovado. Desse valor, R$ 8 bilhões irão para a fábrica de Betim (MG) e o restante para a de Pernambuco.
A Fiat trabalhou muito para que a prorrogação até 2025 do programa regional de incentivos a empresas do Nordeste (créditos de IPI) já fosse garantida no Rota. E se tivesse ficado de fora?
Teríamos de voltar aos nossos acionistas para rever o projeto, pois ele não é um cheque em branco que recebemos para gastar do jeito que gostaríamos. Ele é mensalmente discutido e depende das possibilidades do mercado.
Por que a pressa em garantir a extensão do prazo de validade por mais cinco anos se o programa venceria em 2020? Pernambuco apresenta uma realidade logística diferente. Trazer componentes de outros Estados é caro. O carro produzido lá tem custo 20% maior do que o mesmo carro feito em São Paulo ou Minas, por exemplo. O incentivo nos permite trabalhar esse ‘gap’ gradualmente.
Como a empresa pretende reduzir essa diferença?
Uma das principais medidas será a atração de novos fornecedores de componentes. Hoje temos 17 empresas próximas da fábrica e estou conversando com mais 38.
O que essas 38 empresas podem trazer de benefício à região? Calculamos que seria cerca de R$ 1 bilhão extra de investimentos e geração adicional de 7 mil a 9 mil empregos num prazo de cinco anos. Também teremos mais atuação da engenharia local e qualificação de mão de obra. Desde que instalamos a fábrica, a taxa de criminalidade em Goiana caiu, fruto da oferta de empregos e formação./ CLEIDE SILVA