O Estado de S. Paulo

Voto em deputados do PSL é o ‘mais barato’ da eleição

Levantamen­to mostra relação entre despesas de campanha e quantidade de votos na eleição

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Levantamen­to feito pelo Estadão Dados com base na prestação final de contas dos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que o PSL, partido do presidente eleito, Jair Bolsonaro, tem os 14 deputados federais com o voto “mais barato” da última eleição. Alexandre Frota (SP) gastou R$ 0,09 por voto, seguido por Eduardo Bolsonaro (SP), que desembolso­u R$ 0,10/voto. A conta se repete entre os candidatos ao Senado: Major Olímpio, eleito por São Paulo, gastou R$ 0,03 por voto e Flávio Bolsonaro (RJ), R$ 0,11.

O PSL do presidente eleito, Jair Bolsonaro, tem os 14 deputados federais com o voto “mais barato” da última eleição. A relação entre despesas de campanha e quantidade de votos mostra que Alexandre Frota, candidato por São Paulo, foi quem menos precisou gastar, em termos proporcion­ais, para sair vitorioso das urnas: nove centavos por cada um dos seus mais de 155 mil votos. Logo atrás, com custo de dez centavos por voto, aparece Eduardo Bolsonaro, o deputado federal mais votado do País, também por São Paulo.

Na outra ponta do levantamen­to – feito a partir da prestação de contas final dos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), divulgada na semana passada – vem uma tucana. A deputada Shéridan, eleita por Roraima, precisou de mais de R$ 190 por voto para alcançar a reeleição, com 12,1 mil eleitores. Outro candidato do mesmo Estado aparece na sequência: Edio Lopes, do PR, gastou R$ 150 por cada um dos seus 11,9 mil votos.

Em geral, os deputados federais eleitos por Estados da Região Norte obtiveram os votos com maior custo do País – Roraima, Acre, Amapá, Tocantins e Rondônia integram a lista das unidades da federação cujos candidatos mais investiram. Isso ocorre, em parte, porque essas são as cinco unidades federativa­s menos populosas do Brasil. Em média, os postulante­s de Rondônia gastaram R$ 33,49 em cada voto. Em comparação, o Ceará teve a menor relação despesa por voto, com R$ 2,71. A média nacional é de R$ 10,21.

Dentre os eleitos pelo PSL, o deputado federal mais caro foi Luciano Bivar (PE), presidente e um dos poucos quadros históricos da legenda, que viveu um “boom” após a filiação de Bolsonaro em março deste ano. Bivar foi o candidato do partido que mais gastou em termos absolutos – R$ 1,9 milhão, quase quatro vezes o custo do segundo da legenda que mais investiu, Marcelo Álvaro Antonio (MG), com R$ 500 mil.

Bivar também foi o postulante da sigla que mais gastou em termos proporcion­ais – R$ 16,4 por cada um de seus 117,9 mil votos. Foi eleito por quociente partidário. A campanha vitoriosa mais barata do PSL, sem considerar a relação com o número de votos, foi a de Márcio Labre (RJ), com apenas R$ 8,1 mil em despesas declaradas ao TSE.

Senado. Senador eleito pelo PSL de São Paulo, Major Olímpio teve o custo de voto mais baixo dentre os futuros colegas de parlamento: apenas três centavos. Ao todo, sua campanha declarou R$ 278,8 mil em despesas. O correligio­nário Flávio Bolsonaro, candidato pelo Rio de Janeiro, foi o quinto mais “econômico”, com 11 centavos por voto. Os gastos de campanha do filho do presidente eleito ficaram em R$ 490,7 mil.

Em geral, o PSL investiu 71 centavos por voto para eleger seus quatro senadores – três deles na lista dos dez mais “baratos”. A Rede foi a legenda com o maior número de eleitos dentre os mais econômicos. Quatro de seus cinco senadores aparecem entre os dez com menor relação despesa versus voto.

Quem lidera o ranking de senadores eleitos com eleitores mais “caros” é Mecias de Jesus (PRB-RR), que investiu R$ 26,21 em cada um de seus 85,3 mil de votos. O valor proporcion­al é mais que o dobro do segundo colocado, Márcio Bittar (MDB-AC), que “desembolso­u” R$ 10,97 para cada um de seus 185 mil eleitores.

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