O Estado de S. Paulo

Brasil ensina e aprende com africanas sub-17

Jogadoras de Camarões e de Gana vieram a São Paulo antes do Mundial da categoria, que começa hoje em Montevidéu

- Gonçalo Junior

As seleções femininas sub-17 de Gana e Camarões escolheram o interior de São Paulo para o período final de preparação para o Campeonato Mundial da categoria, que começa hoje, em Montevidéu. Além de convir como período de aclimataçã­o, as duas semanas serviram como aperfeiçoa­mento técnico, tático e físico. As africanas vieram para aprender a jogar melhor.

O trabalho foi conduzido por uma comissão técnica brasileira formada por quatro profission­ais. “Além do planejamen­to profission­al que o esporte de alto rendimento necessita, a experiênci­a de trabalhar com um grupo assim é o resgate da essência do esporte. É uma experiênci­a que pode mudar para sempre as vidas das pessoas, principalm­ente para quem trabalha com esses atletas”, avalia Paulo Pan, coordenado­r técnico do time e responsáve­l pela vinda das africanas ao Brasil.

A jogadora Claudia Voula Nia Dabda conta que aprendeu a dar mais importânci­a aos exercícios de aqueciment­o, para prevenir lesões, algo que normalment­e não fazia. Além disso, ela segue os horários de maneira mais rígida e com maior profission­alismo. “Os treinadore­s brasileiro­s ajudaram os nossos próprios treinadore­s”, afirma.

Viviane Peka diz que ficou emocionada desde que chegou ao Brasil, ainda no aeroporto, com amaneira como o grupo foi recebido, e destacou as atividades culturais que também fizeram parte da programaçã­o. “Foi lindo conhecer apraia de Copacabana. Também gostei da integração das equipes. Camaronese­s e brasileiro­s trabalhara­m juntos”, comentou.

Aclínica foi um atro cade experiênci­as. Os brasileiro­s ficaram emocionado­s coma evolução das camaronesa­s nos últimos anos e amaneira respeitosa como realizam cada atividade. Antes dos treinos, elas faziam uma oração em conjunto, em grande círculo no campo.

As atividades foram realizadas no Centro de Treinament­o do Atlético Sorocaba, local que já havia recebido a Argélia na Copa de 2014. As africanas foram submetidas atestes de força, avaliação física e fisioteráp­ica, composição corporal e nutriciona­l, avaliações que também não são realizadas com frequência no futebol africano. Elas fizeram amistosos diante da seleção brasileira sub-17 (perderam por 6 a 0) e dotim e feminino do Corinthian­s (5 a 1). O intercâmbi­o co moti mede futebol já havia sido realizado com outras modalidade­s esportivas. Desde o ano passado, vieram de Camarões a equipe de basquete masculino e handebol feminino. Nos anos anteriores, atletas de Ruanda e Quênia treinaram no Brasil. A experiênci­a com as meninas do handebol deu certo: elas conseguira­m a vaga no Mundial. Após treinos em Barueri, a seleção feminina de vôlei faturou, pela primeira vez, o Campeonato Africano.

No Mundial que começa hoje, as camaronesa­s terão um grande desafio, pois estão no Grupo C, ao lado dos Estados Unidos, Alemanha e Coreia do Norte. É o “grupo da morte”.

A seleção brasileira estreia hoje diante do Japão às 15 horas (transmissã­o pelo SporTV2). As outras seleções da chave são México e África do Sul. O Mundial Sub-17 é realizado a cada dois anos, e já foram disputadas cinco edições. O maior campeão é a Coreia do Norte com dois títulos (2008 e 2016).

 ?? ALEX SANTOS ?? Interior de São Paulo. Jogadoras de Gana e de Camarões fizeram preparação de duas semanas e também mostraram um pouco da cultura africana antes do Mundial sub-17 no Uruguai
ALEX SANTOS Interior de São Paulo. Jogadoras de Gana e de Camarões fizeram preparação de duas semanas e também mostraram um pouco da cultura africana antes do Mundial sub-17 no Uruguai

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