CONTAS PÚBLICAS
O dilema de Temer
O presidente Michel Temer enfrenta um dilema de grande significado para ele e para o Brasil: vetar ou não o absurdo e imoral
aumento de salário para o Judiciário. Em jogo, também, o fim do auxílio-moradia, que acabou sendo incorporado aos vencimentos dos magistrados, mesmo eles tendo imóveis próprios e sem nenhuma necessidade do auxílio. Entretanto, malandramente, os nossos “defensores da Justiça” querem trocar algo imoral por outra indecência, já que o pobre trabalhador aposentado teve apenas 2% de reposição de perdas. Para eles, que já desfrutam altíssimos salários, a perda é muito maior, porque fazem parte de uma “elite” que não quer abrir mão de seus luxos pagos com dinheiro do contribuinte. A Temer restam dois caminhos: vetar patrioticamente, melhorar sua desgastada imagem perante a população e evitar que o Brasil comprometa ainda mais sua fragilizada economia, ou conceder o reajuste e viver na ilusão de que será “aliviado” no acerto de contas com a Justiça quando perder o foro privilegiado e a imunidade, a partir de 1.º de janeiro. O Judiciário não está nem um pouco preocupado em aumentar o rombo do País. E ao presidente Temer o que mais importa, seu interesse pessoal ou o da Nação?
ELIAS SKAF
eskaf@hotmail.com São Paulo
Coerência e grandeza
O presidente Temer bem que poderia ter um gesto de grandeza, patriotismo e coerência no caso do aumento de 16,38%, aprovado pelo Senado, dos salários dos ministros do Supremo Tribunal e seus efeitos colaterais, reproduzindo as palavras do príncipe regente dom Pedro, quando a Coroa portuguesa pressionava por sua volta a Portugal: “Como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, digam ao povo que veto!”.
WALTER MENEZES
wm-menezes@uol.com.br São Roque