Fernando Azevedo e Silva,
1.
A eleição de Jair Bolsonaro significa que o Brasil terá um governo militar? De jeito nenhum. Ele é um presidente eleito pelo voto popular, dentro das regras democráticas vigentes no País e, pela Constituição, é o comandante em chefe das Forças Armadas.
2.
Há risco de politização das Forças Armadas por causa da origem militar de Bolsonaro?
Não acredito. As Forças estão afastadas da política. O representante político das Forças Armadas é o ministro da Defesa. O papel das Forças Armadas nas eleições foi republicano.
3.
Os comandantes da Aeronáutica, Exército e Marinha foram escolhidos?
A escolha é do comandante supremo das Forças Armadas, que é o presidente da República, ouvido o ministro de Estado da Defesa, entre os oficiais generais do último posto. Ainda não conversamos.
4.
Ficou algum desconforto por Bolsonaro ter sinalizado que o ministro da Defesa poderia vir da Marinha? Não. As Forças Armadas têm uma característica: quando se toma uma decisão, acabou. O que está decidido, está decidido. A partir daí é remar junto. Eu, inclusive, já recebi ligação dos três comandantes me cumprimentando, e me senti muito honrado com o convite. Aliás, estou saindo da fase de muito orgulhoso com o convite para muito apreensivo, porque é uma responsabilidade muito grande.
5.
Como foi a sua passagem pelo Supremo Tribunal Federal (STF)? Houve quem dissesse que a sua ida para lá era tutela dos militares ao Judiciário.
De forma alguma. A minha ida foi muito importante, foi uma deferência à minha origem.