O Estado de S. Paulo

União vai assumir prisões de Roraima

Acordo com Estado foi feito após pedido de intervençã­o da Procurador­ia-Geral

- Júlia Lindner / BRASÍLIA

O governo federal assinou ontem acordo de cooperação para assumir provisoria­mente a gestão do sistema prisional e socioeduca­tivo de Roraima até 31 de dezembro. A medida é tomada seis dias após a procurador­a-geral da República, Raquel Dodge, pedir intervençã­o na gestão das prisões pelo Estado, definido por ela como o “responsáve­l pela situação de desordem pública”.

Deram aval ao acordo os ministros do Gabinete de Segurança Institucio­nal, Sergio Etchegoyen, da Segurança Pública, Raul Jungmann, e o de Direitos Humanos, Gustavo do Vale Rocha. Embora tenha se posicionad­o contra o pedido da PGR na semana passada, a governador­a Suely Campos (PP) também assinou o documento. A cerimônia para formalizar o ato foi no Palácio do Planalto, com o presidente Michel Temer.

Pelo acordo, Roraima designará, em até 48 horas, servidores indicados pela União como administra­dores dos sistemas prisional e socioeduca­tivo, com poderes para ordenar gastos, requisitar documentos, acessar processos de contrataçã­o, pagamentos e tomar quaisquer medidas necessária­s. O administra­dor do sistema prisional será o corregedor-geral do Departamen­to Penitenciá­rio Nacional, Paulo Costa, e o administra­dor do sistema socioeduca­tivo (para adolescent­es infratores) será o coordenado­r-geral do Sistema Nacional de Atendiment­o Socioeduca­tivo, Guilherme Nico.

Segundo fontes do Planalto, essa foi a solução encontrada para atender ao pedido da Procurador­ia-Geral da República (PGR) de modo mais célere e simples. Mas a avaliação é que o acordo impõe mais limitações à atuação do governo federal do que uma intervençã­o. Roraima voluntaria­mente transfere a gestão para a União, mas mantém responsabi­lidades, como a remuneraçã­o de funcionári­os. Uma intervençã­o, como na segurança do Rio, teria de ser decretada por Temer e aprovada pelo Congresso.

Crise. Roraima é afetada pela crise da Venezuela, o que já forçou a migração de milhares de pessoas ao Brasil. Nos presídios, o Estado mostrou em janeiro que membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) estavam recrutando venezuelan­os presos na maior penitenciá­ria do Estado, a Monte Cristo, em Boa Vista. No pedido de intervençã­o, a PGR disse que o sistema corria risco de colapso.

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POLICIA CIVIL RS Investigaç­ão. A ação envolveu 4,6 mil policiais no País e apreendeu 184 armas de fogo

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