O Estado de S. Paulo

Advogada de facção é morta no Paraguai

- MARIA TOMAZELA

A advogada argentina Laura Marcela Casuso, de 54 anos, que defendia o traficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão, foi assassinad­a a tiros, na noite de anteontem, em Pedro Juan Caballero, na fronteira do Paraguai com o Brasil. Conforme a polícia paraguaia, a morte está relacionad­a com a guerra entre facções para o controle do tráfico na região. Laura atuava também defendia o traficante Marcelo Fernando Veiga, o Marcelo Piloto, ligado à facção carioca Comando Vermelho e preso no Paraguai desde dezembro.

A advogada foi atingida por oito disparos de pistola 9 mm quando saía de uma reunião, no centro da cidade, para atender um telefonema. Ela foi emboscada quando se preparava para embarcar em seu SUV Range Rover, com placa brasileira.

Laura chegou a ser levada para um hospital, passou por cirurgia, mas não resistiu. Conforme o secretário de Segurança Pública de Pedro Juan Caballero, Teófilo Giménez, a suspeita é de que os assassinos sejam brasileiro­s. Os atiradores estavam a bordo de uma Toyota Hillux que teria sido furtada no Brasil.

Uma das hipóteses é de que a advogada tenha sido morta a mando de um de seus clientes. O Comando Vermelho (CV) divulgou recentemen­te vídeo em que ameaça matar a procurador­a-geral do Paraguai, Sandra Quiñonez, em represália ao tratamento dado a seu líder, Marcelo Piloto. Dias antes, ele havia declarado que pagava para receber proteção de um alto oficial da Polícia Nacional do Paraguai, que negou a acusação.

Foi a advogada quem organizou a entrevista coletiva em que, da prisão, Piloto disse ter feito o pagamento de propina à polícia. Considerad­o um estrategis­ta do CV, Piloto' foi condenado a 26 anos de prisão pela Justiça do Rio e teve pedida sua extradição para o Brasil./JOSÉ

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