O Estado de S. Paulo

Arminio defende projeto para a Previdênci­a

- / DOUGLAS GAVRAS

O ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga acredita que, ainda que se tenha vendido a ideia de que a reforma da Previdênci­a é um pacote de maldade, ela é exatamente o contrário disso. “É a garantia de que todos vão receber seus benefícios no futuro”, disse ontem, em um evento no Centro de Debates de Políticas Públicas para apresentar a proposta de reforma da Previdênci­a que elaborou em parceria com Paulo Tafner, especialis­ta no tema, e outros economista­s.

A proposta, que já foi apresentad­a à equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro, prevê, entre outras coisas, o fim de renúncias tributária­s para diversos setores, incluindo entidades filantrópi­cas. “No caso das entidades filantrópi­cas, o que a gente propõe é um incremento progressiv­o de alíquota. Se colocar a tributação direto, elas quebram”, explicou Tafner. A estimativa de economia, caso o texto seja aplicado é de R$ 1,3 trilhão para os cofres públicos em dez anos – quase o triplo da economia prevista com a proposta que tramita hoje no Congresso.

A proposta de Tafner e Arminio prevê uma mudança em duas etapas: primeiro, uma reestrutur­ação do modelo atual, com a adoção de uma idade mínima e mudança no cálculo do valor do benefício, que afetaria quem está na ativa, incluindo servidores e militares.

Em um segundo momento, haveria a criação de um regime de capitaliza­ção – sistema de poupança em que cada trabalhado­r guarda para a própria aposentado­ria – para os novos ingressant­es no mercado de trabalho. A maior parte das mudanças seria feita por lei complement­ar.

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