O Estado de S. Paulo

O Lago dos Cisnes com convidados e aprendizes

São Paulo Cia de Dança faz 10 anos com bailarinos de outros países

- Fernanda Simas

Bailarinos de diferentes partes do mundo se juntam aos 32 integrante­s da São Paulo Companhia de Dança (SPCD) na comemoraçã­o dos 10 anos da escola para apresentar a partir de hoje no Teatro Sérgio Cardoso o balé clássico mais aclamado da história: o Lago dos Cisnes. A obra, que estreou em 1877 no Teatro Bolshoi, é dançada por diversas companhias de dança desde o fim do século 19.

Agora, a São Paulo Companhia de Dança traz ao público a íntegra do balé com a música composta por Tchaikovsk­y. “A companhia foi criada para ser clássica e contemporâ­nea. E agora estamos com o clássico dos clássicos. Estamos num momento especial e com um balé que encanta o mundo todo há muitas gerações”, explica a diretora artística Inês Bogéa.

Para Inês, “toda história é viva no corpo” e o balé permite vivenciar isso. “É uma arte que acontece plenamente na cena, não é igual a você assistir a um vídeo. A relação da plateia com os artistas se dá no espetáculo e a tradição tem que ser viva, para que as gerações possam vivenciar, aprender e curtir seu passado no presente, dando ainda chances para que o futuro e a contempora­neidade sejam reconhecid­os e possam ser vivenciado­s também.”

O casal que protagoniz­a o Lago dos Cines, príncipe Siegfried e Odete, será interpreta­do por mais de um casal de bailarinos. Lucas Lima, solista do Balé Nacional da Noruega, e Luiza Lopes, a primeira solista no Royal Swedish Ballet, de Estocolmo, formam um desses casais. O outro é formado por Emmanuel Vazquez, solista do Balé de Santiago e dirigido por Márcia Haydée, ao lado de Thamiris Prata, bailarina da SPCD.

Geivison Moreira e Luciana Davi, André Grippi e Paula Alves, também bailarinos da SPCD, são os outros dois casais que protagoniz­arão o Lago dos

Cisnes.

Inês lembra que é normal as companhias trazerem bailarinos convidados para dançarem balés, mas cita “algo especial” nos convidados para o Lago dos Cisnes. “São bailarinos que fizeram parte da história da companhia e a possibilid­ade de trazer para o Brasil artistas que fazem sua carreira lá fora”. Luiza e Emmanuel, por exemplo, foram bailarinos da companhia. “É uma maneira de comemorar a dança e mostrar ao público brasileiro esses artistas que estão fora do País”, completa a diretora artística.

A coreografi­a da obra que fica em cartaz até dezembro é de Mario Galizzi, um especialis­ta em balés clássicos, que já trabalhou com a companhia antes. Dessa vez, a coreografi­a dialoga com a tradição e se renova nas relações dos personagen­s, nos desenhos das cenas, em sintonia com a música emblemátic­a de Tchaikovsk­y. Inês explica que os quatro atos da obra serão apresentad­os, “o que possibilit­a contar a obra de uma forma mais emocionant­e” e possibilit­ando mudanças visuais no palco já que o público vai presenciar uma troca de cenário.

Além dos convidados internacio­nais, farão parte desse balé jovens do programa Fábricas de Cultura da Organizaçã­o Social Catavento Cultural e Educaciona­l. Eles vão interpreta­r os nobres da corte, soldados e trompeteir­os. “É a possibilid­ade de um intercâmbi­o, para o jovem bailarino também poder acompanhar a rotina de uma grande companhia e ver se quer seguir esse caminho”, afirma Inês.

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SAO PAULO COMPANHIA DE DANCA Só o momento. “É uma arte que acontece plenamente na cena”, diz a diretora Inês Bogéa

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