O Estado de S. Paulo

Ilan descarta continuar à frente do BC

Roberto Campos Neto, do Santander, e Carlos Viana de Carvalho, do BC, são os mais cotados para substituí-lo

- Luciana Dyniewicz / BRASÍLIA COLABOROU FABRÍCIO DE CASTRO

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, avisou à equipe de Bolsonaro que não ficará no cargo. Ele alegou motivos pessoais. O diretor de Política Econômica do BC, Carlos Viana de Carvalho, e o diretor do Santander Roberto Campos Neto são os mais cotados para a vaga.

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, não vai permanecer no comando da autoridade monetária no governo Jair Bolsonaro, segundo o Estado apurou. A interlocut­ores, Ilan afirmou que não aceitará o convite por motivos pessoais. O presidente do BC já teria avisado o futuro ministro da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, sobre sua decisão.

A equipe de transição avalia agora os nomes do diretor de política econômica do BC, Carlos Viana de Carvalho, e do diretor do Santander, Roberto Campos Neto, para ocupar o cargo.

Campos Neto é o mais cotado no momento. Na terça-feira, ele esteve no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde a equipe de transição está trabalhand­o.

Um integrante do futuro governo elogiou Roberto Campos Neto, dizendo que ele é um nome muito bom.

Procurada na noite de ontem, a assessoria do Banco Central não se pronunciou. Guedes não havia sido localizado para tratar do assunto.

Transição. Na semana passada, fontes da equipe de transição disseram que sua permanênci­a no BC dependia de “motivação pessoal” e que seu nome não estava descartado. Até então, não havia confirmaçã­o sobre um convite formal e direto a Ilan.

Guedes e o presidente eleito, Jair Bolsonaro, declararam em diversas ocasiões que tinham o desejo de manter o atual presidente do BC no cargo, mas também era de conhecimen­to público que eles chegaram a trabalhar com cinco opções para substituí-lo.

O que se dizia em Brasília é que a permanênci­a de Ilan no cargo em 2019 dependia da aprovação do projeto de autonomia do Banco Central, atualmente em tramitação na Câmara. O principal ponto da proposta é a definição de mandatos fixos para os dirigentes do BC a partir de março de 2020.

Ilan voltou na segundafei­ra de uma viagem à Suíça, cumpriu agenda até ontem no Brasil e agora vai tirar férias até o dia 20 de novembro. /

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ADRIANO MACHADO/REUTERS Fato. Ilan já teria avisado Paulo Guedes sobre sua decisão

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