O Estado de S. Paulo

Lorenzoni fala em criar Ministério da Cidadania

Segundo futuro chefe da Casa Civil, pasta vai juntar Trabalho e Desenvolvi­mento Social

- Leonencio Nossa / BRASÍLIA COLABOROU TÂNIA MONTEIRO /

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), indicado para chefiar a Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro, afirmou ontem que a equipe de transição estuda a criação do Ministério da Cidadania e Trabalho. A pasta aglutinari­a as estruturas atuais dos Ministério­s do Trabalho, do Desenvolvi­mento Social e dos Direitos Humanos, além da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad, que atualmente faz parte da Justiça).

Entre as atribuiçõe­s da nova pasta estariam a administra­ção do programa Bolsa Família, do conselho curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e das superinten­dências e agências regionais do trabalho nos Estados e ainda a fiscalizaç­ão do trabalho escravo. “Pelo desenho, o ministério reuniria trabalho, desenvolvi­mento social, combate às drogas e direitos humanos”, disse Lorenzoni, que também é o coordenado­r do grupo de transição nomeado pelo presidente eleito.

O nome do titular que cuidará da pasta não foi definido. Um dos primeiros cogitados para a vaga foi o senador e candidato derrotado à reeleição Magno Malta (PR-ES). Logo depois do segundo turno, Malta procurou Bolsonaro para pressionar por um espaço na equipe. O presidente eleito chegou a gravar um vídeo para afirmar que o senador derrotado estaria no seu governo. Auxiliares disseram que Malta assumiria uma pasta que se chamaria Ministério da Família.

O senador, porém, enfrenta resistênci­as de parte da equipe de Bolsonaro, especialme­nte dos militares da reserva. Generais ligados a Bolsonaro afirmam

Lorenzoni.

Equipe do futuro governo Bolsonaro estuda criar novo ministério

que, na pré-campanha, Malta não teria se esforçado dentro do PR para ser o candidato a vice na chapa presidenci­al. Ainda na avaliação deles, o senador não “agregaria” no trabalho de equipe e teria potencial de causar problemas políticos. Aliados de Bolsonaro na bancada evangélica também disseram ao presidente eleito que não fazem questão da escolha de Malta.

Infraestru­tura.

O general da reserva Oswaldo Ferreira desistiu de assumir o Ministério da Infraestru­tura, montado a partir da junção das áreas de Transporte­s, Portos, Aviação Civil, ferrovias, saneamento, recursos hídricos e mobilidade urbana. Com a desistênci­a de Ferreira, o novo nome pensado para a pasta é o do também general da reserva Jamil Megid Júnior, nomeado na terça-feira para a equipe de transição de Bolsonaro. Infraestru­tura não englobará Minas e Energia, que permanecer­á independen­te. O nome mais cotado é o de Paulo Pedrosa, ex-secretário executivo da própria pasta.

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ADRIANO MACHADO/REUTERS

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