O Estado de S. Paulo

LUIZA APRIMORA TACADAS PARA DEFENDER O BRASIL EM TÓQUIO

Atleta de 20 anos se profission­alizou este ano e treina duro para ir à Olimpíada

- Gonçalo Junior

Depois de conquistar vários títulos nacionais e representa­r o País em torneios internacio­nais, Luiza Altmann se tornou uma das principais promessas do golfe brasileiro para os Jogos de Tóquio. O ano que vem será de afirmação.

A atleta de 20 anos vai disputar o tour de acesso ao LPGA, o maior circuito profission­al do mundo. “Luiza Altmann é a golfista brasileira de maior destaque do cenário sul-americano hoje, aquela que tem maior potencial para crescer e se classifica­r para os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020”, afirma Euclides Gusi, presidente da Confederaç­ão Brasileira de Golfe.

Porém, o caminho para Tóquio é longo. Altmann se tornou profission­al este ano e participou de diversas etapas do Ladies European Tour, principal circuito europeu. Hoje, ela ocupa a terceira posição no ranking brasileiro, atrás de Victoria Lovelady e Luciana Lee. “Para 2019, o plano é jogar os torneios de maior importânci­a, seja o tour europeu ou tour norteameri­cano, aqueles que dão pontos para o ranking mundial. No fim de 2019, tenho a meta de ser uma das melhores e conseguir

uma vaga para a Olimpíada de Tóquio”, admite a jogadora.

Os dirigentes da CBGolfe destacam a trajetória consistent­e da atleta de São Paulo. Como amadora, Luiza conquistou a primeira posição no ranking juvenil e represento­u o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Toronto (2015) e no Campeonato Mundial Amador (2014/2016).

Ela vive nos Estados Unidos desde os 13 anos. A mudança de país foi uma decisão conjunta com a família para que pudesse se aperfeiçoa­r e evoluir na modalidade. A opção foi uma clínica de golfe juvenil que oferecia recursos técnicos e uma estrutura de treinament­o que não existiam no Brasil à época. A aposta na carreira esportiva está inserida em uma tradição familiar. Ela é neta de Luise Altmann, que foi campeã paranaense de tênis por vários anos e atleta de golfe até os 86 anos.

Hoje, Luiza mora sozinha em Orlando, na Flórida, em rotina que inclui oito horas de treinos, no campo e na academia. No tempo que sobra, cursa o segundo ano da faculdade de Mergers and Acquisitio­ns (Fusões e Aquisições). É uma espécie de Administra­ção de Empresas, com foco na compra e venda de empresas. Os pais são empresário­s da área química no interior de São Paulo. “Não existe lugar como os Estados Unidos para um atleta de golfe. Mas sinto falta da cultura brasileira.”

Recentemen­te, a golfista passou a ser patrocinad­a pelo grupo Magic Developmen­t, que desenvolve empreendim­entos de luxo nos EUA. Além disso, ela recebe suporte da CBGolfe por meio da Lei Agnelo Piva. “Antes, os profission­ais viviam por conta própria. Agora, recebem apoio financeiro para alcançar seus objetivos”, diz o presidente.

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TRISTAN JONES Tóquio. Luiza Altmann aposta em salto na carreira em 2019

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