O Estado de S. Paulo

Sem privatizar Eletrobrás, União terá de cortar R$ 12 bi

- Ricardo Leopoldo CORRESPOND­ENTE/ NOVA YORK

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou que sem a privatizaç­ão da Eletrobrás, o novo governo precisará cortar R$ 12 bilhões do Orçamento de 2019, dado que tais recursos são considerad­os na proposta de receitas e despesas feita pela administra­ção Michel Temer para o próximo ano: “A privatizaç­ão da Eletrobrás é uma questão de diálogo entre o atual governo e a administra­ção eleita. Trata-se de uma decisão política”.

“Para mim, a privatizaç­ão da Eletrobrás é uma solução ganha-ganha, inclusive porque o governo federal não dispõe de recursos para aplicar no setor.”

Mansueto manifestou muita confiança na expansão do setor de energia no País nos próximos anos, com a possibilid­ade do avanço de investimen­tos, e destacou que o tema que trata das negociaçõe­s sobre a cessão onerosa envolvendo a Petrobrás e o governo federal devem ser concluídas em 2019. Ele fez os comentário­s no evento do Bradesco BBI para investidor­es internacio­nais em Nova York.

O secretário afirmou que se o novo governo aproveitar a proposta da reforma da Previdênci­a da administra­ção Temer, que tramita na Câmara, “poderá economizar cinco meses” para ter a aprovação dessa mudança estrutural pelo Congresso. E ponderou que a apresentaç­ão de um novo texto para a Previdênci­a empurraria a aprovação para o segundo semestre. “Se utilizar a proposta que está na Câmara, a reforma pode ser aprovada no primeiro semestre. Isso ocorre porque, com a aprovação da proposta na Câmara, ela vai para o Senado e poder ser modificada amplamente a partir daquele ponto”, destacou.

Importante. “Por outro lado, se o novo governo fizer uma proposta desde o início, a reforma só será aprovada pelo Congresso no segundo semestre de 2019”, apontou o secretário. Ele afirmou que é “muito importante” para o novo governo aprovar a reforma da Previdênci­a no próximo ano. Para ele, o País sofrerá sem as mudanças nas regras previdenci­árias, dado que é um dos principais problemas estruturai­s das contas públicas federais.

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