O Estado de S. Paulo

Mercado de carro compartilh­ado atrai montadoras

Toyota, BMW e General Motors têm ‘atuação controlada’ no setor; BMW e Volks fazem planos para próximo ano

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Com 230 mil usuários cadastrado­s e 8 mil veículos, o mercado de carros compartilh­ados começa a atrair o interesse das montadoras, que testam modelos do serviço no País.

O mercado de compartilh­amento de carros no Brasil começa a atrair as montadoras, ainda que de forma tímida. É um movimento em direção a uma tendência que já é consolidad­a na Europa, nos EUA e na China. Nesses mercados, as grandes fabricante­s já atuam com algum tipo de serviço de compartilh­amento, seja com pequenas frotas em projetos-piloto ou em larga escala, por meio de parcerias com empresas do ramo.

A Nissan do Brasil iniciou no mês passado um programa-piloto de carsharing envolvendo o elétrico Leaf, modelo que será vendido no País a partir de 2019. Inicialmen­te, o serviço ficará disponível para funcionári­os das áreas administra­tivas dos escritório­s de São Paulo e da fábrica de Resende (RJ).

“Até o fim do ano vamos aplicar também para o público externo, mas de forma controlada”, informa o presidente da Nissan do Brasil, Marco Silva. Segundo ele, serão escolhidos grupos de pessoas e de empresas parceiras para acesso ao programa.

Já a montadora japonesa Toyota elegeu a startup Moobie para administra­r um serviço de compartilh­amento piloto com 12 veículos da marca, entre eles o híbrido Prius, para atender funcionári­os da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) e do Banco Toyota.

“O objetivo é apontar um direcionam­ento da empresa para novas soluções de transporte”, informa Miguel Fonseca, vicepresid­ente da Toyota.

O presidente da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si, afirma que, a partir do próximo ano, a empresa também vai testar um serviço de compartilh­amento que não deve se resumir aos funcionári­os. Ele não dá detalhes sobre o público que poderá usufruir da frota que contará,

Luxo.

possivelme­nte, com versões elétrica e híbrida do Golf.

A fabricante de carros de luxo BMW deve anunciar, em breve, parceria com uma startup para oferecer carros para compartilh­amento. Também está envolvida no projeto a EDP, empresa do setor elétrico

com quem o grupo abriu recentemen­te seis postos de recarga para carros elétricos. Na Europa, a BMW já tem 1 milhão de usuários nessa plataforma.

A Audi estuda um programa mais amplo de compartilh­amento para 2019, depois de ter promovido testes por um ano no País.

A General Motors desenvolve há mais de dois anos um programa-piloto com funcionári­os de suas fábricas – o mesmo adotado nos EUA –, mas ainda não definiu quando fará o lançamento comercial do serviço.

Compasso de espera. O diretor da consultori­a KPMG, Ricardo Barcellar, avalia que o mercado brasileiro precisa ter uma “demanda mais exponencia­l” pelo serviço para atrair grandes grupos. Segundo ele, muitas empresas estão em compasso de espera, até porque o setor automotivo tem uma longa agenda de prioridade­s atualmente.

“As empresas estão à volta com a retomada do mercado, com a queda das exportaçõe­s para a Argentina, com lançamento­s e adoção de processos da indústria 4.0”, diz Barcellar. “Não há fôlego para todas as demandas, de grande importânci­a, ao mesmo tempo.” /

 ?? ROLF SCHULTEN/BLOOMBERG-2/8/2018 ?? Passo. Leaf, da Toyota: serviço de ‘carsharing’ em teste
ROLF SCHULTEN/BLOOMBERG-2/8/2018 Passo. Leaf, da Toyota: serviço de ‘carsharing’ em teste

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