O Estado de S. Paulo

A economia paulista

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Éfirme a recuperaçã­o da economia do Estado de São Paulo. O cresciment­o de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) paulista no resultado acumulado dos quatro trimestres encerrados em junho na comparação com os quatro trimestres anteriores reforça uma tendência de expansão que se observa desde o início do segundo semestre do ano passado. Embora contínua, a retomada ainda é insuficien­te para compensar as perdas registrada­s pela economia paulista – que responde por cerca de um terço do PIB nacional –, cuja produção diminuiu por longos três anos e meio. A recessão se estendeu do primeiro trimestre de 2014, último ano do primeiro mandato de Dilma Rousseff, até o segundo trimestre do ano passado, quando finalmente começaram a cessar os efeitos mais danosos da irresponsá­vel política econômica do último governo lulopetist­a.

Os dados do PIB trimestral de São Paulo foram compilados pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), vinculada à Secretaria de Planejamen­to e Gestão do governo paulista. Eles mostram o peso que as regiões mais industrial­izadas tiveram no comportame­nto da economia paulista na primeira metade deste ano. A área do Estado de São Paulo formada pela Região Metropolit­ana de São Paulo e pelas Regiões Administra­tivas de Campinas, Sorocaba e São José dos Campos – responsáve­l por 82,1% da atividade econômica estadual (a região metropolit­ana de São Paulo, isoladamen­te, responde por 54,5% do PIB estadual) – cresceu 2,9%, mais do que crescera no trimestre anterior (2,4%) e mais do que a média estadual no período analisado.

Embora ainda lenta, a recuperaçã­o na área mais industrial­izada do Estado de São Paulo – chamada pela Seade de segundo grupo das regiões paulistas – vem se intensific­ando de maneira ininterrup­ta há vários trimestres, numa indicação de que o resultado ao fim do ano pode ser bastante animador.

As regiões que compõem o primeiro grupo – as que ocupam as partes oeste e norte do Estado (mais a região de Itapeva, no sul), que são predominan­temente agrícolas e respondem por 14,4% do PIB paulista – cresceram 1,6% no segundo trimestre do ano. O terceiro grupo – formado pelas Regiões Administra­tivas de Santos e Registro, onde predominam os segmentos de refino de petróleo, petroquími­ca e produção do pré-sal – cresceu 2,3%.

No caso específico da produção industrial, destacaram-se as regiões de Sorocaba (aumento de 11,6%) e Campinas (6,1%), com desempenho bem superior à média do setor industrial do Estado (cresciment­o de 3,9%). É auspiciosa a recuperaçã­o – ainda modesta, é verdade – da indústria da região da Grande São Paulo. Embora seja inferior à media estadual, o aumento de 0,6% da produção industrial da região metropolit­ana no segundo trimestre indica mudança da tendência de queda (de 1,3%) observada no trimestre anterior.

O aumento da produção industrial em 13 das 16 regiões do Estado mostra a disseminaç­ão da recuperaçã­o da atividade fabril. Em seis delas, o cresciment­o superou 6%. Regiões predominan­temente agrícolas registram aumento expressivo da produção da indústria, como a chamada região Central (6,7%) e a de Bauru (6,4%).

Resultados mais recentes da produção industrial divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE), porém, sugerem que esse cenário pode ter sofrido alguma modificaçã­o. Em setembro, por exemplo, segundo a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional do IBGE, a indústria paulista produziu 6,6% menos do que um ano antes. A produção do terceiro trimestre de 2018 foi 1,0% menor do que a do trimestre anterior.

O resultado acumulado dos nove primeiros meses do ano ainda é 2,4% maior do que o do mesmo período de 2017 e o dos últimos 12 meses, 3,8% maior do que o do período imediatame­nte anterior. Os dados recentes indicam que também esses resultados acumulados podem diminuir ou até mudar de sinal. Mas expectativ­as positivas geradas pelo próximo governo têm poder para mudar o cenário nos últimos meses do ano.

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