Sinais de recuo do nacional-populismo
A onda nacional-populista que inquieta as democracias liberais desde 2015 parece dar sinais de esgotamento. O mais eloquente é o encolhimento do Partido Republicano na Câmara dos Estados Unidos, resultado da rejeição ao governo de Donald Trump. Os democratas obtiveram sete pontos acima na votação para deputado e conquistarão ao menos 38 novas cadeiras.
No Reino Unido, a fantasia que cercava o Brexit esbarra na realidade. O acordo fechado pela premiê Theresa May com a União Europeia (UE) enfrenta oposição de unionistas norte-irlandeses, trabalhistas, parlamentares contrários ao Brexit e integrantes de seu próprio partido que prefeririam um divórcio sem acordo. Dificilmente será aprovado, se é que o governo May sobrevive até a votação. A possibilidade de um novo plebiscito, que pode enterrar o Brexit, não está descartada.
Na Polônia, os nacional-populistas do Partido Lei e Justiça (PiJ) perderam as eleições municipais em dois terços das cidades, entre elas Varsóvia, Lodz, Poznan, Lublin, Gdansk e Cracóvia. Na Alemanha, o Alternativa para a Alemanha (AfD) entrou no Parlamento da Baviera em outubro, mas ficou em quarto lugar, dois pontos abaixo da meta de 12%. Pelo visto, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, o eleitorado começa a descobrir preocupações mais urgentes que a imigração ou o nacionalismo.