Pais buscam ‘propostas e valores’. E mais Inglês
Demanda tem feito com que escolas antecipem oferta da disciplina. Diretores elogiam diversidade de iniciativas
“Uma escola com ensino forte e valores tradicionais” era o que buscava a médica Andréia Fogaça, de 45 anos, para sua filha há seis anos, quando se mudaram do Rio para São Paulo. Encontrou essas características no Colégio Dante Alighieri, na região central paulistana, mas há alguns anos começou a questionar se a menina recebia uma boa base de Inglês. “Pesquisei escolas bilíngues, mas sentia uma limitação no ensino e na proposta. A alternativa foi compensar com aula extracurricular.”
A preocupação de Andréia e de outros pais fez com que o colégio firmasse uma parceria para oferecer o Middle School – um programa que fornece novas disciplinas, todas em Inglês, no contraturno, para complementar o currículo brasileiro e igualá-lo ao americano.
Antes, o colégio só oferecia o High School (do 9.º ano ao 2.º do ensino médio), mas pela demanda dos pais adiantou em 2018 a oferta a partir do 7.º ano. Em 2020, quer começar a ofertar no 6.º. “Sem dúvida os pais se preocupam porque entendem que, quanto antes o jovem tiver contato com o idioma, mais fácil vai aprender”, diz a coordenadora Rossella Beer.
Para ela, o Dante não compete com as novas escolas – não só pela diferença do preço das mensalidades, mas também pela proposta e valores. “Os pais sabem que estamos preparando os filhos para o mundo, com os princípios esperados pelas famílias”, diz Rossella.
Diversidade. Andy Williams, diretor pedagógico global da Avenues considera saudável que a chegada de novas unidades estimulem a reflexão sobre o ensino. “Não posso dizer que
nossa metodologia é a melhor para todas as crianças. Não acho que as escolas de São Paulo precisam mudar e oferecer o mesmo que oferecemos, porque já atendem muito bem às necessidades e aos anseios dos pais. A diversidade no ensino é muito importante.”
As aulas na Avenues começaram em agosto com 733 alunos, mas a expectativa é chegar a 2,1 mil nos próximos anos. Cem novas matrículas são esperadas para janeiro. A escola diz receber semanalmente 30 novas famílias interessadas.
Thamila Zaher, diretora executiva do grupo SEB, dono do Colégio Concept, que iniciou as atividades em São Paulo este ano, também avalia como positivo o movimento das escolas de repensar o ensino e buscar inspirações. “Nossa escola também nasceu da inspiração de outros lugares. Visitamos muitos colégios, muitos países.”