Opala comemora 50 anos
Há 50 anos, no dia 19 de novembro de 1968, a Chevrolet começou a mudar sua imagem no Brasil. A montadora norte-americana, que até então só vendia no País caminhões e utilitários, lançou seu primeiro automóvel de passeio. Com nome de pedra preciosa, o Opala chegava oferecendo luxo e status.
O sedã veio ao mundo juntamente com a nova sede do Masp, na Avenida Paulista. E também estreava no mesmo mês em que a Rodovia Castello Branco era inaugurada. O Opala estava com pista livre (e nova) pela frente.
A joia da marca foi apresentada no Estadão na edição de 20 de novembro. A estreia ao público ocorreu no 6º Salão do Automóvel, na época sediado no Parque do Ibirapuera. O carro vinha com carroceria de quatro portas em duas versões (Standard e De Luxo) e duas de motor: 2500 de quatro cilindros (80 cv) ou 3800 de seis cilindros (125 cv). O câmbio, manual de três marchas, tinha alavanca na coluna de direção.
De acordo com a reportagem, foram dois anos e meio de desenvolvimento até o carro ficar pronto. Ele trazia novidades como tuchos hidráulicos nas válvulas e era silencioso “mesmo tendo um motor potente”.
O Opala foi desenvolvido a partir do Opel Olímpico mexicano, espécie de irmão do Opel Rekord alemão. O texto afirmava que o sedã não era um carro arrojado. No entanto, os técnicos da General Motors ouvidos pela reportagem garantiam que o modelo havia sido projetado e construído para atender as condições de pavimentação, clima e topografia do Brasil.
Entre as qualidades apontadas, estavam a carroceria monobloco e a distribuição “racional” do peso. Internamente, o texto chamava atenção para “um perfeito sistema de ventilação e bancos macios, recobertos de vinil e estofamento de espuma”. Com bancos inteiriços, havia farta acomodação para seis pessoas.
As primeiras mudanças vieram na virada da década. Em 1971, a Chevrolet lançou a carroceria de duas portas e a versão SS, que se destacava pelas faixas esportivas e pelos bancos dianteiros individuais (separated seats, em inglês, que dava origem à sigla). Outras inovações foram discos de freio na frente, alavanca de câmbio (quatro marchas) no chão e – o melhor – motor 4100. Ele tinha seis cilindros e rendia 138 cv, 13 cv a mais que a potência do 3800. Depois, evoluiu para 141 cv.
Em 1974, nasceu a perua Caravan e a versão Comodoro, mais luxuosa. Além disso, no fim desse ano a Chevrolet promoveu alterações na dianteira, traseira e painel. Mudaram faróis, lanternas, para-choques e grade.
Antes da virada da década, em 1979, chegou a versão Diplomata, a mais luxuosa da linha. Além disso, o modelo passou por sua maior reestilização. Na frente, ganhou novos faróis, retangulares. Daí em diante, o visual mudou pouco, com a inclusão dos faróis de neblina na vertical em 1985.
O último teste. Em 1991, o Jornal do Carro levou para a pista o Diplomata, no que seria o último teste do modelo. Como não conseguia mais esconder o peso de seus 23 anos, os elogios, na abertura do texto, foram todos para o rádio toca-fitas “com memória para 18 emissoras (12 FM e 6 AM)”. A reportagem afirmava que o som de 50 Watts era um dos poucos itens avançados no Diplomata SE 91. O texto enumerava também como pontos positivos os freios a disco nas quatro rodas e o câmbio automático de quatro marchas.
O fim da vida do modelo foi anunciado no JC do dia 22 de julho do mesmo ano, quando os preços do Opala deixaram de aparecer na tabela.