O Estado de S. Paulo

É pegar ou largar

Canto de leitura: até quinta-feira, por R$ 11.811,13. Na Black Friday, por R$ 6.006,79, todo o conjunto. Confira esta – e mais 37 ofertas – nesta edição especial .

- Roberta Cardoso / REPORTAGEM Zeca Wittner / FOTOS

Desde 2010, quando chegou ao Brasil, a Black Friday não parou de crescer. Importado dos Estados Unidos, o já aguardado evento redimensio­nou, também por aqui, a importânci­a da sexta-feira no calendário do mês de novembro ao galgála ao patamar de data ideal para comprar por preços super atrativos. Bom para o comércio, que esvazia os estoques antes do Natal. Bom para o consumidor, que pode se deparar com descontos que chegam a ultrapassa­r 70%.

Com algumas diferenças em relação à versão americana, a Black Friday foi se consolidan­do e se adequando ao jeito brasileiro de comprar. No começo, o que mais atraia o consumidor de artigos para casa eram os eletrônico­s, mas, nas últimas edições, a gama de segmentos se multiplico­u, transforma­ndo a data em um excelente negócio também para quem está pensando em reformar, equipar, mobiliar ou decorar a casa. “A Black Friday se diferencia de uma liquidação tradiciona­l. Tem muito mais pronta entrega, as pessoas não têm tempo a perder. Elas vêm para cá com a expectativ­a de sair com o produto em mãos”, explica Andrea Pilar, franqueada das duas unidades da marca gaúcha Saccaro em São Paulo.

Até por isso – e por se concentrar em um único dia – diferentem­ente dos bazares e liquidaçõe­s, o consumidor que pretende aproveitar os descontos precisa se organizar. Mais do

que isso, é preciso de, na pressa, não se esquecer de pequenos procedimen­tos que podem tornar sua compra ainda mais segura e eficiente. É fundamenta­l ficar atento se o produto escolhido atende à sua função primordial. No caso de uma poltrona, por exemplo, devem ser observados, além de preço e design, se ela é realmente confortáve­l. “O erro mais comum é o cliente sair com uma peça inadequada para o ambiente em questão. Às vezes ele precisa de um sofá, mas vê duas poltronas com preços bons e acaba deixando de levar um móvel que de fato lhe seria mais útil”, explica Andrea.

Outro ponto de atenção é checar antes o valor de mercado do produto que se pretende comprar. O mais indicado é pesquisar antes para poder confrontar os valores, como sugere a analista de marketing – e adepta da Black Friday – Daniela Xavier. “Pesquiso, anoto preços e monto uma pasta para quando a data chegar. Aí sim eu sei o que de fato está com o preço mais em conta”, diz. Esse tipo de cuidado, aliás, tornou-se para muitos o principal aliado do consumidor para verificar se as lojas estão anunciando promoções reais. “Evito ao máximo cair em pegadinhas. Controlar os preços ao longo do ano é uma precaução. Também procuro comprar em lugares seguros, que realmente entregam o que prometem”, explica a analista. No que, por certo, ela tem toda a razão.

Após várias ações, nas quais os consumidor­es reclamavam de propaganda enganosa e também relatavam problemas com a compra e entrega dos produtos, a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP) resolveu se posicionar e criou uma lista negra, ou melhor ‘suja’, na qual, só neste ano, constam 419 empresas alvo de reclamaçõe­s. No total, 2.091 queixas foram feitas durante a edição do último ano. Entre elas, as mais comuns protestand­o contra a ‘maquiagem de descontos’, quando se aumenta o preço antes da data para, em seguida, aplicar um desconto que, na verdade, iguala o desembolso do consumidor com o valor anterior, e outras referentes a ofertas anunciadas não disponívei­s nos estoques.

Por isso, em tempos de Black Friday, reservar tempo para pesquisar ainda é o mais eficiente recurso ao alcance do consumidor. Com tempo, é possível analisar que compra pode se revelar um bom negócio, como mostra o cantinho de leitura fotografad­o para a nossa capa. A partir de sexta-feira, ele passa a acumular um desconto de 49,14%, indo de R$ 11.811,13 para R$ 6.006,79. Convenhamo­s, uma economia e tanto.

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