Baba Vacaro
Designer apresenta sua primeira linha de torneiras e misturadores desenhados para a Docol
Habituada a desenhar móveis e objetos, a designer Baba Vacaro se sentiu bem à vontade para criar sua primeira linha de torneiras, misturadores e monocomandos para a Docol. “Tenho grande experiência no âmbito dos ‘equipamentos’ de interiores. Nos momentos de dificuldades fui bem orientada pela equipe técnica da marca”, conta ela, que investiu em total versatilidade e geometria ‘ultraslim’ na linha Mix & Match. “A ideia é que as peças permitam compor projetos personalizados, que reflitam a essência de quem assina ou habita os espaços”, conforme ela afirmou, nesta entrevista ao Casa.
• Sendo você, prioritariamente, uma designer de móveis e objetos, qual foi a maior dificuldade que encontrou ao projetar um equipamento?
Penso que o designer deve ser um grande solucionador de problemas, sejam quais forem eles. Dada uma questão, usamos nossas melhores ferramentas para, antes de tudo, entender muito bem o problema, sob todos os seus pontos de vista, para só então gerar ideias que possam criar uma solução que seja boa para todos: para quem usa e para quem o produz. Esse é o processo do design. Assim, não vejo diferença em desenhar um móvel, um objeto, uma luminária ou um equipamento. As condicionantes técnicas são apenas parte da equação e, no caso, contei com todo o suporte da equipe Docol.
• Em se tratando de produtos do tipo, acredito que o exercício criativo acabe sendo mais limitado. Como você contornou a questão?
Pelo contrário! Se pensarmos no exercício criativo como expressão da individualidade do designer, aí sim, acho que temos muitas limitações técnicas . Para começar, as peças precisam ser industrializáveis, ou seja, devem se encaixar dentro das características e recursos de cada empresa. Por outro lado, na indústria, o exercício da criatividade é fundamental. Ele gera inovação. Não apenas no sentido estético, mas em tudo o que compõe o projeto de um novo produto. Por isso, temos que ser criativos em todas as fases do processo. Devemos nos colocar questões prévias: como melhorar aquilo que já vem sendo feito, de tantas maneiras, há tempos, e por tantas empresas diferentes? Como ser inovador para além da forma inesperada? Para ganhar espaço na mente do consumidor, para que ele passe a escolher seu produto, qual a melhor solução que podemos oferecer?
• Estética, inovação, ou ambos? Quais atributos você priorizou no projeto da nova linha?
Em termos de inovação, a linha Mix & Match oferece várias soluções de projeto: você pode combinar os diferentes tamanhos de bicas com os acionamentos que desejar. São muitas as combinações possíveis, de forma que o arquiteto, ou o consumidor final, se torna parte atuante no projeto, ou seja. De certa forma, é ele que conclui o meu trabalho ao escolher a combinação que mais gosta, que melhor se encaixa em seu projeto. Visualmente, os produtos buscaram ter o menos ‘design’ possível, ou seja, suas formas são absolutamente simples e silenciosas. Não há nada ali que não seja necessário e essencial: o próprio acabamento dos volantes, com estrias, é o suficiente para que a forma mais simples do mundo (um pequeno cilindro) se torne utilizável de forma prática e eficiente. A mão não escorrega, nem se estiver ensaboada. Sua usabilidade está garantida pelo acabamento da superfície. É a velha máxima da forma seguindo a função. Parece pouco, mas por trás desta aparente simplicidade existe uma grande complexidade técnica, capaz de garantir um funcionamento perfeito e um acabamento impecável. Tudo isso garante um belo efeito estético. Inovação e estética andando juntas! É assim que deve ser.