‘Há interesse e vontade para saber o que acontece no Brasil’
OItaú BBA reúne entre hoje e amanhã, em Londres, empresas brasileiras, latino-americanas e investidores estrangeiros em duas conferências para discutir cenários para o Brasil e região. Renato Lulia, presidente das operações para o banco na Europa, Ásia e Oriente Médio, acredita que o atual momento é propício para discutir perspectivas para a região após as eleições no Brasil e no México. “Há um grande número de investidores querendo saber o que está acontecendo por aqui”, disse Lulia. Na conferência de hoje serão discutidas perspectivas para o mercado de capitais. Na terça, o Itaú realiza o evento MacroVision, que debaterá o cenário macroeconômico para o País.
Após as eleições no Brasil e no México, os investidores estrangeiros estão mais interessados em América Latina? O momento atual é propício para discutir América Latina, que passou por eleições. E, de fato, há um grande número de investidores querendo saber o que está acontecendo na região. Ainda mais quando se passa por um ano difícil.
Mas há real interesse de investir? Os europeus são mais conservadores que os asiáticos, por exemplo.
Há interesse e vontade para ver o que está acontecendo. Os investidores estão dando voto de confiança. E é um bom momento para discutir América Latina. Se pegarmos os investidores de equities (ações), eles estão olhando o “valuation” (valor) das empresas com potencial de futuro. Não só para o Brasil. Já para as operações de fusões e aquisições, os investidores olham no longo prazo. Essas operações devem ganhar mais tração em 2019.
É um bom momento para se investir no Brasil? Está todo mundo acompanhando e esperando como o novo governo vai conduzir o equilíbrio fiscal e implementar as reformas. É consenso que a reforma da Previdência tem de ser feita. O processo de privatização também pode trazer um fluxo importante para o Brasil. Há vários ativos importantes, como os da Eletrobrás, e outros de infraestrutura que podem atrair investidores.
Quais são histórias que o mercado está comprando?
O ano de 2018 foi fraco em emissão de ações, aberturas de capital e follow-ons. O ano que vem deve ser mais forte. Acredito que o primeiro trimestre terá o dobro de operações realizadas que durante todo o ano de 2018. Tivemos operações interessantes, como PagSeguros, Banco Inter, Hapvida e Stone, que foi entre os dois turnos das eleições. O mercado busca setores como educação, saúde, serviços e tecnologia. Além de infraestrutura, de modo geral. / MÔNICA SCARAMUZZO