Paisagem gaúcha faz a diferença em ‘A Mulher do Pai’
A Mulher do Pai (BRASIL, 2017.) DIR. DE CRISTIANA OLIVEIRA, COM MARAT DESCARTES, MARIA GALANT, AMÉLIA BITTENCOURT, VERONICA PERROTTA.
Um filme gaúcho – pela diversidade da paisagem, se foge ao ambiente urbano; pelo linguajar – corre o risco de ser considerado um óvni no cinema brasileiro. A Mulher do Pai passa-se próximo a Dom Pedrito, na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai. Na mesma área foi filmado O Rifle, de Davi Pretto. A Mulher do Pai aborda o rito de passagem, os conflitos da adolescência, mas por um viés particular. A protagonista é uma garota que cuida do pai cego. O clima é quase incestuoso e, quando surge uma mulher para esse pai, o conflito está formado. Feito de silêncios, o filme transforma a casa e a paisagem em personagens tão importantes quanto as pessoas. O Uruguai, ali próximo, é uma possibilidade, mas a garota ainda não sabe o que quer. A diretora estreante revela pulso numa trama que, não sendo conclusiva, exige muito do público para preencher seus vazios. Filho de lendário piloto lidera nova geração que enfrenta alienígenas escondidos no fundo do mar. Cheio de efeitos, divertido, mas o original de Guillermo Del Toro é melhor. A contribuição de Spielberg ao tema da Mulher-Maravilha. Ou de como a editora do Post, Katharine Graham, peitou o governo dos EUA e publicou papéis do Pentágono.