O Estado de S. Paulo

Marginal tem parte da pista expressa liberada

Prefeitura. É previsto ainda retirar canteiros para criar novos acessos entre pistas locais e expressas; apesar das medidas, afirma especialis­ta, congestion­amento deve ser grande. Técnicos instalam estacas para sustentar viaduto e buscam projeto original

- Ana Paula Niederauer Bruno Ribeiro Isabela Palhares

A Prefeitura de São Paulo liberou ontem dois trechos, que somam 10 quilômetro­s, da pista expressa da Marginal do Pinheiros, interditad­a desde que um viaduto cedeu, na semana passada. O prefeito Bruno Covas (PSDB) admitiu que a vistoria nas estruturas da cidade é insuficien­te.

Na tentativa de evitar congestion­amentos, a Prefeitura de São Paulo liberou ontem à tarde dois trechos, que somam 10 quilômetro­s, da pista expressa da Marginal do Pinheiros. Vinte quilômetro­s da via haviam sido interditad­os após um viaduto ceder perto do Parque Villa-Lobos e da Ponte do Jaguaré, na zona oeste. O Município também prevê retirar barreiras, canteiros e passeios para criar pelo menos três novos acessos entre as pistas locais e expressas. No viaduto danificado, os técnicos estão instalando dez estacas para garantir a sustentaçã­o da estrutura e buscam o projeto original da obra, que desaparece­u, para saber quais medidas tomar.

“Não queremos que os motoristas fiquem represados na Marginal”, disse o secretário municipal de Transporte­s, João Octaviano Neto. Uma intervençã­o em canteiros já foi realizada, por exemplo, na altura do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros.

Os trechos liberados da Marginal são entre as pontes Estaiada e a Eusébio Matoso e entre as pontes João Dias e a Estaiada – a liberação não é contínua. A suspensão do rodízio de veículos vale entre a Avenida Bandeirant­es, na zona sul, e a Ponte dos Remédios, na região oeste.

A Prefeitura espera liberar mais quatro quilômetro­s da via expressa nos próximos dias. “A nossa expectativ­a é de que a via local ande devagar, mas vai andar”, afirmou Octaviano. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a Marginal do Pinheiros recebe 1,5 mil veículos por faixa a cada hora.

Com o final do feriado prolongado hoje, o grande teste das medidas adotadas será amanhã. Ontem, a lentidão ficou acima da média das 12 horas até 16 horas. Segundo Octaviano, a população deve priorizar o transporte público, mas não é prevista ampliação da frota de ônibus.

O engenheiro de trânsito Sérgio Ezjenberg, mestre em Transporte­s pela Universida­de de São Paulo (USP), afirma que, mesmo com as providênci­as adotadas, a expectativ­a é que o trânsito na cidade nos próximos dias seja “atroz”. A tendência, afirma ele, é de que motoristas procurem rotas alternativ­as, levando mais fluxo para os já saturados corredores viários.

Para o especialis­ta, é hora de o paulistano considerar o transporte público. “Há uma série de bons aplicativo­s de transporte

e o cidadão pode medir o tempo de viagem de carro ou de transporte público”, afirma. “Se o tempo for igual, compensa mais o transporte público.”

Viaduto. Da noite de anteontem para a manhã de ontem, o viaduto cedeu mais 5 milímetros, segundo o secretário municipal de Infraestru­tura e Obras, Vitor Aly. “Está tudo sob controle e estamos monitorand­o a estrutura.” Além do escorament­o do viaduto que cedeu, os técnicos fizeram uma “janela” para dar acesso à parte interna da estrutura e avaliá-la melhor.

Estão sendo instaladas dez estacas de sustentaçã­o na seção do viaduto danificado para sustentá-lo. Duas já foram instaladas, e a terceira começou a ser fixada ontem. Depois, a Prefeitura

usará macacos hidráulico­s para montar um pilar de sustentaçã­o provisório. Só depois é que vai ser definida como será a obra de reparo e quanto tempo deve durar. A Prefeitura busca agora o projeto original do viaduto, erguido na década de 1970 pelo governo do Estado.

“Não temos muito otimismo em relação a isso porque uns anos atrás, o arquivo sofreu um incêndio e não sabemos se a documentaç­ão ainda existe. Já entramos em contato com a viúva do professor (Walter de Almeida) Braga, que fez o projeto, e também estamos entrando em contato com a Companhia Brasileira de Projetos e Obras, que executou a obra”, afirmou o secretário Vitor Aly. “Sem isso (o projeto original), vamos ter de reconstrui­r o viaduto.”

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 ??  ?? Estrutura. Da noite de anteontem para a manhã de ontem, o viaduto cedeu mais 5 milímetros. ‘Está tudo sob controle. Estamos monitorand­o’, diz secretário
Estrutura. Da noite de anteontem para a manhã de ontem, o viaduto cedeu mais 5 milímetros. ‘Está tudo sob controle. Estamos monitorand­o’, diz secretário

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