‘US$ 4 bi para içar submarino seria loucura’
O ministro de Defesa da Argentina, Oscar Aguad, afirmou na noite de domingo que seria uma loucura gastar US$ 4 bilhões para resgatar o submarino ARA San Juan, localizado a mais de 900 metros de profundidade no Oceano Atlântico na semana passada.
“Se custa US$ 4 bilhões tirálo (do fundo do oceano), seria um disparate investir esses recursos, mas essa é uma opinião pessoal”, disse Aguad em entrevista ao programa Debo decir, da emissora América TV. “Gastar US$ 4 bilhões em uma Argentina com 30% de pobreza? Me parece que seria uma loucura”, completou o ministro, que prometeu, no entanto, que o governo se esforçará para determinar a causa exata o incidente que matou os 44 tripulantes da embarcação. O submarino afundou quando viajava de Ushuaia a Mar del Plata em novembro do ano passado.
“Encontrar o submarino era um compromisso nosso. O encontramos. Agora, queremos saber o que aconteceu”, disse Aguad. Ele também ressaltou que depois de técnicos analisarem as imagens fornecidas pela empresa Ocean Infinity, concluíram que o submarino está em uma profundidade provavelmente impossível de ser retirado. “Tirar um submarino nessas condições levaria um, dois ou três anos. Hoje, após a localização, temos que nos concentrar em descobrir o que aconteceu, para saber por que esses homens morreram”, afirmou.
Sobre o futuro dos outros submarinos argentinos, um em operação e outro em fase de conclusão, Aguad afirmou que eles são necessários para a soberania naval do país.
As palavras do ministro revoltaram parentes das vítimas que aguardaram 367 dias por informações. Luis Tagliapietra, pai do tenente de corveta Alejandro Tagliapietra, um dos tripulantes do San Juan, resumiu em uma mensagem divulgada pelos meios de comunicação o sentimento das famílias. “Não tenho palavras para descrever, sinto uma profunda dor e angústia, mas, ao mesmo tempo, sabemos onde estão e é o primeiro passo para saber a verdade e o que aconteceu”, declarou.
A juíza federal encarregada da investigação, Marta Yáñez, também afirmou que não pretende pedir a remoção do submarino se isso envolver risco para vidas humanas.